Colômbia prende ‘Otoniel’, traficante mais procurado do país
Dairo Antonio era procurado desde 2015 na região de Urabá por milhares de policiais e militares envolvidos nas duas fases da ‘Operação Agamenon’, na qual dezenas de homens sob seu comando foram presos ou mortos
O número um do grupo criminoso Clã do Golfo, Dairo Antonio Úsuga David, vulgo “Otoniel“, o traficante de drogas mais procurado da Colômbia, foi preso em uma operação conjunta da polícia e das Forças Armadas no noroeste do país, informou neste sábado, 23, a imprensa local. O governo não confirmou a prisão, embora a Casa de Nariño tenha anunciado uma declaração do presidente Iván Duque, que ainda não foi divulgada, mas em imagens divulgadas por diversos meios de comunicação, o criminoso é visto sorrindo, vestido de calça e camisa pretas e com as mãos amarradas nas costas, sendo conduzido por soldados armados com rifles após descer de um helicóptero militar.
Segundo as primeiras informações, a prisão ocorreu na zona rural de El Totumo, que faz parte do município de Necoclí, no Golfo de Urabá, no noroeste da Colômbia, onde surgiu o Clã do Golfo, que posteriormente se espalhou para outras regiões do país. “Otoniel” era procurado desde 2015 na região de Urabá por milhares de policiais e militares envolvidos nas duas fases da “Operação Agamenon”, na qual dezenas de homens sob seu comando foram presos ou mortos, além da apreensão de toneladas de cocaína. Em setembro de 2017, após a assinatura do acordo de paz com as FARC e a abertura de diálogos com os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), “Otoniel” anunciou em um vídeo postado nas redes sociais sua intenção de se entregar à Justiça, que fez os colombianos pensarem na possibilidade de alcançar a paz após mais de meio século de conflito armado em várias frentes internas.
Segundo o governo colombiano, o Clã do Golfo é responsável pelo envio de toneladas de cocaína aos Estados Unidos, além de montar uma rede criminosa dedicada à extorsão de empresários e comerciantes na região de Urabá, na fronteira com o Panamá, e principalmente na costa atlântica. Ele também é acusado de assassinar vários policiais e líderes sociais como parte de sua estratégia de terror nas áreas onde o grupo opera. Por essas razões, “Otoniel” tem mais de 100 processos abertos na Justiça colombiana e a Interpol o procurava com um aviso vermelho. A notícia da captura do líder do Clã do Golfo foi recebida com alívio por políticos de diversos aspectos, como o candidato liberal à presidência Juan Fernando Cristo, que a qualificou como “um golpe importante” das “Forças Militares contra o crime organizado” e apelou à “persistência na perseguição de grupos violentos”.
*Com informações da Agência EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.