Ministério intensifica conversas com a China para contornar falta de fertilizantes
Especialista analisa que problemas com energia e gás, principais matérias-primas dos produtos, podem ser motivo da escassez
Uma audiência realizada na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta sexta-feira, 22, debateu a falta de fertilizantes e defensivos no país. O representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNS), Reginaldo Minaré, alertou que o problema não era registrado há 25 anos. “O cenário é preocupante, não por uma questão de faltar a matéria prima necessária ou pelo fato de estarem esgotando as fontes de produção, principalmente de NPK. O maior problema que a gente vê é o problema com a energia e com o gás. A falta de produção desses produtos é mais um efeito colateral dessa crise de energia e dos efeitos do gás em várias partes do mundo, que são propriamente os insumos básicos para a produção desses produtos”, analisou. O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, foi questionado sobre possíveis soluções. Segundo ele, a pasta tem antecipado o pedido de registro de novos fornecedores na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No caso específico dos defensivos, o governo pretende estreitar relações com a China para que o país priorize remessas de insumos para o Brasil. “A ministra e o chanceler estão trabalhando ativamente estas questões com a China, mas tem tido muito diálogo. O que a gente ainda não tem é uma previsão ou uma perspectiva real de normalização dessas questões dos insumos. Até porque a China tem interesse de que não falte também insumos para o Brasil, porque é uma cadeia interdependente. Ela produz insumos que são trazidos para o Brasil, que é convertido em produção agrícola, que é revertido em seu produto final para a produção agrícola tanto do Brasil, quanto para seu excedente de produção que é majoritariamente destinado para a China”, analisou. O deputado Jerônimo Goergen (PP), que pediu a audiência, disse que o assunto precisa ser prioridade no Ministério da Agricultura e sugeriu que a comissão acompanhe a negociação com a China. Segundo ele, na quarta-feira que vem, uma reunião com a ministra Teresa Cristina está marcada.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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