Com 25 novas mortes por Covid-19, Paraguai retoma toque de recolher

País enfrenta um foco de transmissão na cidade de Assunção e no departamento Central; 3.436 já morreram e outras 177.593 foram infectadas desde o início da pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 13/03/2021 00h30
EFE/ Nathalia Aguilar/Archivo testes em laboratório móvel na avenida Costanera de Asunción, no Paraguai Números de infectados no Paraguai têm crescido exponencialmente nos últimos dias

O Paraguai confirmou nesta sexta-feira, 12, mais 25 mortes por Covid-19, o que elevou o total desde o começo da pandemia para 3.436, e reportou 1.766 novos casos de coronavírus, chegando a 177.593 contágios desde o começo da crise sanitária, o que levou o governo a anunciar medidas restritivas para a partir da meia-noite deste sábado. O relatório diário do Ministério da Saúde coloca o número de pacientes internados em 1.364 e em terapia intensiva nos centros de saúde pública em 341, de acordo com o nível de saturação do sistema. O ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio, declarou à imprensa que a polícia e as forças militares, apoiadas pelas autoridades locais, voltarão a controlar a partir da meia-noite o toque de recolher, que vigorará até as 5h.

“Retomaremos o controle porque temos informações de que nos fins de semana há multidões e contágios massivos”, explicou Giuzzio, cujo anúncio também está relacionado ao alerta vermelho declarado nesta semana pelo nível acelerado de transmissão. A situação também levou alerta entre as autoridades sanitárias, na sociedade científica e na Associação Paraguaia de Sanatórios e Hospitais Privados sobre o iminente colapso total dos serviços. “O nível de ocupação excede as expansões feitas nos sanatórios para enfrentar a pandemia, e, se o aumento dos casos continuar, não será mais possível garantir o atendimento ao paciente”, advertiu a associação em nota oficial.

Por essa razão, os líderes empresariais do setor pediram para a população se proteger, evitar reuniões sociais e deslocamento desnecessário e o governo a tomar medidas diante do que poderia ser “uma tragédia humanitária de dimensões inimagináveis”. As autoridades reconheceram nesta sexta-feira que o país de 7 milhões de habitantes está em uma segunda onda da pandemia. O diretor de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Guillermo Sequera, disse em entrevista coletiva que os casos estão concentrados em Assunção e no departamento Central, o mais populoso do país, mas alertou que outras regiões também vivem um mau momento.

A crise sanitária, que durante uma semana motivou protestos diários exigindo a renúncia do presidente Mário Abdo Benítez, foi agravada pela demora na chegada das vacinas contra a Covid-19. O Ministério da Saúde anunciou hoje o início da inoculação das 20 mil doses da CoronaVac doadas pelo Chile. Antes disso, já haviam sido aplicadas 4 mil da Sputnik V adiantadas pelo Fundo de Investimento Russo, de um total de 1 milhão. Todos são para funcionários da área da saúde, tanto do setor público quanto do privado, em um total de 70 mil trabalhadores. O governo aposta suas fichas no mecanismo Covax Facility, idealizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que ordenou um total de 4,3 milhões de doses para o país vizinho com o objetivo de imunizar 30% da população. Contudo, nenhum frasco foi entregue até agora.

*Com informações da EFE

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