Com avanço do Talibã, presidente do Afeganistão diz que deixou país para evitar ‘banho de sangue’
Ashraf Ghani admitiu vitória do grupo extremista, que ocupou a capital Cabul neste domingo, mas afirmou que eles não têm ‘legitimidade’ e vão enfrentar um ‘teste histórico’
Após deixar o Afeganistão em meio ao avanço da invasão Talibã, o presidente Ashraf Ghani afirmou neste domingo que atitude foi para evitar ‘banho de sangue’. Em publicação no Facebook, Ghani ressaltou que foi uma decisão difícil, mas que se o governo resistisse, o resultado seria um grande desastre. Este foi o primeiro pronunciamento público do presidente do Afeganistão após a fuga. Na mensagem, ele não revelou onde está, mas segundo agências internacionais, um oficial do Ministério do Interior do país afirmou que ele se “refugiou” no Tajiquistão. O Talibã cercou a capital Cabul neste domingo e tomou a cidade após a saída de Ghani. “O Talibã conseguiu me expulsar e vai atacar todos de Cabul”, disse o presidente afegão. Com a tomada do território, Ghani afirmou que o grupo fundamentalista “venceu”, mas “não tem legitimidade” e que é necessário que eles “garantam a segurança de todas as pessoas, nações, diferentes setores, irmãs e mulheres do Afeganistão para ganhar a legitimidade e o coração das pessoas”.
“Agora eles vão enfrentar um novo teste histórico. Ou preservam o nome e a honra do Afeganistão ou vão priorizar outros lugares e redes”, continuou. O ex-vice-presidente e chefe do Conselho Superior para a Reconciliação Nacional, Abdullah Abdullah, afirmou que Ashraf Ghani “abandonou a nação”. As forças de segurança afegãs não apresentaram resistência enquanto os insurgentes dominavam da capital do país. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou em entrevista à emissora ABC News que o avanço do Talibã aconteceu mais rápido do que o governo norte-americano previa e que os militares ocidentais não foram capazes de defender o país. As tropas dos Estados Unidos começaram a deixar o Afeganistão em maio, 20 anos depois da invasão motivada pelos ataques de 11 de setembro. A retirada foi uma promessa do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que foi cumprida pelo atual líder, Joe Biden.
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