Congresso argentino debate pacote de reformas de Milei para desregulamentar a economia

Proposta inclui a declaração de emergência econômica e energética, a delegação de competências do Parlamento ao Executivo, reforma do Estado e mudanças na lei previdenciária

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2024 23h54
EFE/EPA/GIAN EHRENZELLER 54th annual meeting of the World Economic Forum in Davos Presidente da Argentina, Javier Milei, discursa durante uma sessão plenária no Salão do Congresso como parte da 54ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial (WEF), em Davos, Suíça, 17 de janeiro de 2024 O encontro reúne empresários, cientistas, líderes empresariais e políticos em Davos sob o tema “Reconstruindo a Confiança”, de 15 a 19 de janeiro. (Suíça)

A Câmara dos Deputados da Argentina começou nesta segunda-feira (29) a debater um pacote de reformas promovido pelo presidente Javier Milei para desregulamentar a economia, uma versão reduzida de um projeto que fracassou no parlamento em fevereiro. A proposta inclui a declaração de emergência econômica e energética por um ano, a delegação de competências do Parlamento ao Executivo (que permitiria a Milei governar por decreto), a reforma do Estado, a trabalhista, um regime de incentivo aos grandes investimentos e mudanças na lei previdenciária, além de estabelecer uma dezenas de estatais sujeitas a privatização. O ultraliberal Milei, que disse que avançará com seu projeto de governo com ou sem o apoio do Congresso, comemorou ontem o que chamou de conquistas econômicas, apesar dos reveses legislativos.

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A lei contém cerca de 230 artigos, um terço dos incluídos na reforma ambiciosa derrotada em fevereiro no Parlamento, onde o governismo não controla nenhuma das duas câmaras. A sessão deve se prolongar até amanhã. Enquanto transcorria o debate, que começou ao meio-dia de hoje, dezenas de manifestantes criticavam o projeto em frente ao Congresso, em um protesto convocado por sindicatos e partidos de oposição. “O que o governo nacional faz é basicamente vender a pátria, arruinar a população”, disse o professor Manuel Crespo, 29.

Para o próximo 1º de Maio, as centrais operárias convocaram uma mobilização contra a reforma trabalhista e o ajuste aplicado pelo governo, que resultou em milhares de demissões no Estado, em um contexto de inflação de quase 290% ao ano. Também convocaram uma greve nacional para 9 de maio, a segunda desde que Milei assumiu o cargo, em dezembro. A Argentina está mergulhada há anos em uma crise econômica e social aguda. Milei prometeu superá-la, mas às custas de grandes sacrifícios. Embora tenha conseguido um superávit fiscal, o país sofre agora com o colapso do consumo e da indústria. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou para este ano uma queda econômica de 2,8% e projetou uma inflação anual de 250%.

*Com informações da AFP

 

 

 

 

 

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