Coreia do Sul planeja discutir preocupações com políticas internacionais após documentos militares dos EUA vazarem
Dossiês contêm detalhes sobre discussões internas entre as principais autoridades sul-coreanas sobre a pressão dos Estados Unidos para ajudar a fornecer armas para a Ucrânia
O governo da Coreia do Sul tomou conhecimento do vazamento de vários documentos militares confidenciais dos Estados Unidos e planeja discutir algumas preocupações levantadas, disse uma autoridade presidencial sul-coreana no domingo, 9. Diversos documentos militares norte-americanos confidenciais foram publicados recentemente nas mídias sociais, oferecendo um instantâneo parcial de um mês da guerra na Ucrânia, disseram três autoridades dos EUA à Reuters na sexta-feira, 7, acrescentando que a Rússia ou elementos pró-Rússia provavelmente estão por trás do vazamento. A Reuters não conseguiu verificar a autenticidade dos documentos. O Departamento de Justiça dos EUA disse que está investigando o vazamento.
O New York Times informou no domingo que os documentos vazados contêm detalhes sobre discussões internas entre as principais autoridades sul-coreanas sobre a pressão dos EUA sobre o fiel aliado para ajudar a fornecer armas para a Ucrânia, e sua política de não fazê-lo. O jornal disse que a Coreia do Sul concordou em vender projéteis de artilharia para ajudar os Estados Unidos a reabastecer seus estoques, insistindo que o “usuário final” deveria ser o exército dos EUA. Mas, internamente, altos funcionários sul-coreanos temiam que os Estados Unidos os desviassem para a Ucrânia. “O relatório secreto foi baseado em sinais de inteligência, o que significa que os Estados Unidos estão espionando um de seus principais aliados na Ásia”, informou o New York Times.
A autoridade presidencial sul-coreana, falando a repórteres, se recusou a responder a perguntas sobre espionagem dos EUA ou a confirmar quaisquer detalhes dos documentos vazados. Questionado se a Coreia do Sul planejava apresentar um protesto ou exigir uma explicação dos Estados Unidos, o funcionário, que não quis ser identificado, disse que o governo revisaria precedentes e casos envolvendo outros países.
A Coréia do Sul assinou grandes acordos fornecendo centenas de tanques, aeronaves e outras armas para a Polônia, membro da OTAN, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Mas o presidente Yoon Suk Yeol disse que uma lei sul-coreana que proíbe o fornecimento de armas a países envolvidos em conflitos dificulta o envio de armas para a Ucrânia. A autoridade sul-coreana disse que não houve mudança na política sul-coreana. Yoon deve se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, em 26 de abril, durante uma visita de estado a Washington.
*Com informações da agência Reuters
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