Coroa britânica se nega a devolver restos mortais de príncipe etíope sequestrado no século XIX
Alemayehu, que está enterrado nas catacumbas da Capela de São Jorge no Castelo de Windsor, morreu de pneumonia aos 18 anos
Os restos mortais do príncipe Alemayehu, do século XIX, está em disputa entre a monarquia britânica e a Etiópia, isso porque os britânicos negaram um pedido da família do etíope de devolver e repartir os restos mortais do Castelo de Windsor, informou a imprensa nesta terça-feira, 23. “Queremos ter seus restos mortais de volta, como família e como etíopes, porque não é o país onde ele nasceu”, explicou Fasil Minas, um de seus descendentes. “Foi desalojado da Etiópia, da África, da terra dos Negros”, declarou outra descendente, Abebech Kasa. O príncipe Alemayehu foi capturado aos 7 anos pelo Exército britânico e levado para a Inglaterra em 1868, aonde chegou órfão, depois que sua mãe morreu no trajeto. Passou a década seguinte na Grã-Bretanha, onde a rainha Vitória providenciou para que recebesse uma boa educação. Morreu de pneumonia aos 18 anos, em 1879. A pedido da Rainha Vitória, foi enterrado nas catacumbas da Capela de São Jorge no Castelo de Windsor, a residência real no oeste de Londres. Em um comunicado, o Palácio de Buckingham disse que é “o Decano e os Cânones de Windsor são muito sensíveis à necessidade de honrar a memória do príncipe Alemayehu”. A nota acrescenta, no entanto, que é “muito pouco provável que seja possível exumar os restos mortais sem perturbar o local de descanso” das outras pessoas enterradas nas proximidades. Nos últimos anos, as autoridades autorizaram delegações etíopes a visitar a capela e “continuará a fazer isso”, completou o comunicado.
*Com informações da AFP
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