Covid-19: Farmacêutica alemã planeja ter vacina mais barata em 2021
Diferente do composto da BioNTech-Pfizer, o imunizante da CureVac não precisa ser conservado a temperaturas extremamente baixas, o que torna a produção mais acessível
A farmacêutica alemã CureVac espera ter uma vacina contra a Covid-19 cuja produção seja menos custosa do que a do imunizante produzido pelo laboratório alemão BioNTech com a farmacêutica americana Pfizer. A proposta é que o composto esteja pronto e autorizado para distribuição em massa ao longo de 2021. No momento, a vacina da CureVac passa pela segunda etapa dos testes clínicos, sendo que a terceira fase deve começar nos próximos meses, garante o diretor da empresa, Franz-Werner Haas, em uma encontro com a imprensa estrangeira nesta quinta-feira, 12.
No geral, o desenvolvimento do composto está atrasado em relação ao do imunizante de BioNTech e Pfizer, que conseguiu um contrato com a Comissão Europeia (CE) para venda de 300 milhões de doses de sua futura vacina, para a qual se espera 90% de eficácia. Mesmo assim, Haas lembra que todas as vacinas serão necessárias e descarta rivalidade entre as pesquisa. “É importante que várias vacinas estejam sendo desenvolvidas em paralelo, o mundo vai precisar delas”, disse. O estudo da CureVac baseia-se na sequência genética do coronavírus e no desenvolvimento de uma proteína que permite que o sistema imunológico lide com a doença. Ao contrário da vacina de Pfizer e BioNTech, ela não precisa ser gerada ou conservada a temperaturas extremamente baixas, o que torna a produção em massa mais fácil e mais barata. Para uma dose, são necessários 12 microgramas, menos da metade da contemplada pelo outro laboratório alemão.
A Curevac foi apoiada por subsídios do governo alemão para desenvolver uma vacina contra a Covid-19. O apoio totaliza 252 milhões de euros, enquanto a BioNTech recebeu 370 milhões de euros. A ajuda do governo busca acelerar os ensaios clínicos e os testes subsequentes em voluntários. As primeiras fases foram realizadas com pacientes no Peru e no Panamá. O espectro será agora expandido para 30 mil testes ainda em 2020 e para mais de 65 mil nas fases seguintes. Segundo o diretor da empresa, foi negociado um pré-contrato com a Comissão Europeia para 250 milhões de doses, com uma opção de extensão para 400 milhões de unidades do imunizante.
*Com Agência EFE
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