Retomada dos testes da CoronaVac confirma segurança da vacina, avalia Dimas Covas

Primeiras doses do potencial imunizante começam a chegar ao Brasil em 20 de novembro

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2020 10h17 - Atualizado em 12/11/2020 10h45
SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Nesta semana, foram divulgados estudos preliminares de duas potenciais vacinas: a da Pfizer, com a BioNTech, e a Sputnik V

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a retomada dos testes clínicos da CoronaVac após interrupção na segunda-feira (9) provou que a potencial vacina contra a Covid-19 é segura. “A Anvisa avaliou os dados disponíveis e autorizou a continuidade. Portanto, ela validou a segurança. Isso foi importante porque, se existiam dúvidas, não existem mais”, declarou. Ele disse também que, na pausa, apenas as vacinações foram interrompidas — o trabalho de acompanhamento dos voluntários e nos centros de pesquisa continuaram. Faltam pouco mais de 2 mil voluntários para chegar nos 13 mil previstos. “Queremos concluir essa fase o mais rápido possível para registra a vacina.” De acordo com as previsões técnicas, a CoronaVac pode chegar aos brasileiros já no início de 2021.

Nesta semana, foram divulgados estudos preliminares de duas potenciais vacinas: a da Pfizer, com a BioNTech, e a Sputnik V. Ambas, de acordo com as farmacêuticas, tem mais de 90% de eficácia. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Dimas Covas afirmou esperar que os resultados da CoronaVac não fiquem atrás — ainda que taxas acima de 50% já sejam seguras. “Com 50% de eficácia ela já seria muito boa no sentido de diminuir a gravidade dos casos. Em um segundo momento, o objetivo vai ser diminuir a transmissão e impedir o aumento da pandemia. Isso está mais distante porque inclui a vacinação de cerca de 80% da população.”

As primeiras doses da CoronaVac, prontas para aplicação, começam a chegar ao Brasil no dia 20 de novembro. Mas, para serem usadas, é preciso o aval da Anvisa — o que só deve acontecer no início do próximo ano. Porém, o Instituto Butantan já pode começar a produzir as próprias doses assim que as matérias-primas chegaram ao Brasil. Até o início de 2021, a previsão é que 46 milhões estejam disponíveis à população. Porém, devido ao impasse do governo estadual e federal, ainda não se sabe como elas serão integradas ao Programa Nacional de Imunização (PNI). “Esperamos que o Ministério da Saúde mantenha a parceria que tem com o Instituto Butantan.”

Ainda assim, os critérios para prioridade na vacinação ainda não estão definidos — embora acredite-se que sejam parecidos com os critérios do imunizante contra a gripe: primeiro profissionais da área da saúde, segurança pública, idosos, pessoas com comorbidades e professores — e, depois, a população em geral. Dimas Covas ressaltou que, por enquanto, não se fala em quanto as doses vão custar porque os acordos com a Sinovac indicam uma manifestação de intenção. “Agora em setembro oferecemos ao Ministério um quantitativo de 46 milhões de doses, podendo chegar até 100 milhões até maio, no preço de 10 doses em R$ 0,30 a dose. Recebemos um ofício manifestando interesse do governo federal e, pelo o que eu sei, isso não foi retirado.”

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