Defesa Nacional da Ucrânia pede Estado de Emergência e Rússia retira diplomatas de Kiev

Segundo as Forças Armadas ucranianas, um soldado morreu em um bombardeio realizado por grupos separatistas pró-russos no leste do país

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2022 13h29
EFE/EPA/STANISLAV KOZLIUK Militar ucraniano / Ucrânia Militar ucraniano na linha de frente perto da vila de Avdiivka, controlada por militantes pró-Rússia, Ucrânia

Nesta quarta-feira, 23, o conflito internacional entre a Rússia e a Ucrânia chega a novos patamares, com retirada de diplomatas russos da embaixada em Kiev, um pedido de decretação de Estado de Emergência do Conselho de Segurança e Defesa Nacional ucraniano e envio de armas pelo Reino Unido para proteção do território ucraniano em caso de invasão russa em grande escala. Segundo o Exército da Ucrânia, também nesta quarta um soldado morreu em um bombardeio no leste do país provocado por forças separatistas. Na última terça, o presidente Vladimir Putin chegou a autorizar o envio de tropas para regiões separatistas da Ucrânia, cuja independência ele reconheceu no mesmo dia. A ação de Putin foi chamada de “início da invasão russa à Ucrânia” pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Moscou começou a retirar a equipe diplomática de sua embaixada em Kiev, na Ucrânia, nesta quarta. A bandeira russa já não está mais hasteada no telhado do prédio e várias pessoas foram vistas saindo do local com malas. O país anunciou sua intenção de fazer tal movimento na última terça, ao acusar as autoridades ucranianas de não fazerem o suficiente para garantir a segurança da equipe. A informação da evacuação do edifício foi confirmada pelo porta-voz da embaixada, Denis Golenko, à agência de notícias France-Presse. Ele teria dito ainda que a ação é temporária e que segue o movimento de outras embaixadas ocidentais que também retiraram seus funcionários.

A retirada dos diplomatas se dá em meio à escalada do conflito internacional, que chegou a novos patamares após o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência dos separatistas ucranianos de Donetsk e Lugansk – dois grupos pró-Rússia do leste da Ucrânia – e autorizar o envio de tropas para essas regiões separatistas. Diante da movimentação, a Ucrânia e os países ocidentais acusam Moscou de preparar uma ofensiva militar. Atualmente, a Rússia possui 150 mil soldados na fronteira. Diante da possibilidade de invasão do território pelos russos, as Forças Armadas da Ucrânia anunciaram nesta quarta que começaram a recrutar reservistas com idades entre 18 e 60 anos, após um decreto do presidente Volodymyr Zelenskiy.

Em meio à crescente tensão, o Exército ucraniano anunciou que um de seus soldados foi morto também nesta quarta em um bombardeio realizado por grupos separatistas pró-russos na linha de frente no leste da Ucrânia. As Forças Armadas da Ucrânia não especificaram onde o ataque ocorreu exatamente, dizendo apenas que ele “morreu em decorrência dos ferimentos” e que outro ficou ferido durante o bombardeio. O chefe do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, solicitou que fosse decretado o Estado Nacional de Emergência, decisão que deve ser votada pelo parlamento em até 48 horas. Danilov disse que caberá às autoridades regionais determinar quais medidas aplicar, mas elas podem incluir segurança adicional nas instalações públicas, restrições de tráfego e transporte adicional e verificações de documentos.

Também nesta quarta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou o envio de mais armas para a Ucrânia, para serem utilizadas na defesa do país diante da ameaça iminente de invasão em grande escala pela Rússia. “Diante do comportamento cada vez mais ameaçador da Rússia e alinhado com nosso apoio anterior, o Reino Unido oferecerá um pacote adicional de apoio militar à Ucrânia”, disse o premiê, em sessão de perguntas realizada no Parlamento britânico. Anteriormente, o Reino Unido já havia enviado armas antitanque para o exército ucraniano, com o objetivo de combater possíveis ataques russos na fronteira. “O que queremos ver, é uma desescalada por parte de Vladimir Putin”, disse o premiê.

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