Depois do Facebook e Twitter, internet também é bloqueada no Myanmar

Os militares assumiram o poder do país no dia 1º e, desde então, vêm tentando impedir a população de organizar manifestações pró-democracia

  • Por Jovem Pan
  • 06/02/2021 16h13 - Atualizado em 06/02/2021 16h15
EFE/EPA/NYEIN CHAN NAING Apesar do bloqueio das principais redes sociais, civis continuam se reunindo para fazer protestos contra o golpe militar

O Exército do Myanmar ordenou neste sábado, 6, o bloqueio da internet em todo o país. A junta militar exigiu que as operadoras cortassem a conexão de dados, alegando que era preciso impedir a disseminação de notícias falsas e assegurar a estabilidade nacional. Por enquanto, as linhas telefônicas continuam funcionando. A medida coincidiu com a primeira manifestação em massa nas ruas de Rangun, a cidade mais populosa do país. Ali, milhares de pessoas marcharam pacificamente por pelo menos seis regiões da cidade com gritos a favor da democracia e contra a ditadura. Os manifestantes exigiam que o golpe de Estado liderado por Min Aung Hlaing fosse revertido e os presos políticos, libertados. Apesar da forte presença policial, as forças de segurança não confrontaram os civis, que começaram a se dispersar a meio da tarde. Também houve pequenas manifestações em Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país, e na capital Yangon.

O Twitter já estava restrito desde sexta-feira, 5, e o Facebook, desde quinta-feira, 4, no Myanmar. A população vinha utilizando principalmente as redes sociais para se mobilizarem contra o golpe do dia 1º, quando os militares prenderam o presidente eleito Win Myint e a líder do partido democrático Aung San Suu Kyi. Em prisão domiciliar, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz está sendo acusada de importação ilegal de aparelhos telefônicos e pode ficar até três anos na prisão por causa disso. Muitos dos manifestantes usavam acessórios com suas fotos ou referências ao seu partido, a Liga Nacional para a Democracia.

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