Donald Trump diz que existe ‘risco zero’ de ser destituído da presidência pelo seu gabinete

Declaração foi dada durante visita ao muro na fronteira com o México e foi a primeira fala do presidente sobre os pedidos para utilização da 25ª emenda

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2021 21h37 - Atualizado em 12/01/2021 21h49
EFE/EPA/CHRIS KLEPONIS / POOL Donald Trump A Câmara deve decidir nesta quarta-feira, 13,  em votação sobre uma acusação formal a Trump por "incitar uma insurreição" para que seus apoiadores invadissem o Capitólio

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 12, que há “risco zero” de ser destituído por seu gabinete de governo por meio do processo estabelecido na 25º emenda constitucional. O dispositivo legal prevê a possibilidade de remoção do cargo em caso de incapacidade para comandar o país.  O presidente também afirmou que ele e seus apoiadores vêm sendo alvos de “ataque à liberdade de expressão” após a invasão do Capitólio, a sede do Congresso do país, por centenas de seus simpatizantes na semana passada.  No Texas, em discurso durante visita ao muro na fronteira com o México, Trump se referiu pela primeira vez a pedidos do Partido Democrata para que o atual vice-presidente, Mike Pence, abra um processo para destituí-lo com base nessa emenda.  “A 25ª emenda representa um risco zero para mim, mas vai ter um custo para Joe Biden e sua administração. Como diz a expressão, cuidado com o que você deseja”, declarou Trump, sem esclarecer o que quis dizer, já que Biden não chegou ao ponto de pedir explicitamente que esse mecanismo seja ativado.

A Câmara dos Representantes, cuja maioria dos membros é do Partido Democrata, planeja aprovar um projeto de lei nesta terça que instigará Pence a ativar essa emenda, o que indica que o vice-presidente pode substituir o presidente se ele declarar por escrito, com o apoio da maioria do gabinete de governo, que o presidente “é incapaz” de desempenhar as funções. Entretanto, Pence recusou-se a implementar este mecanismo e é improvável que o faça antes da posse de Biden, em 20 de janeiro. No discurso, na cidade de Alamo, Trump também falou sobre o processo que os democratas da Câmara iniciaram com o objetivo de que ele sofra um impeachment por suposto envolvimento na invasão do Capitólio, horas depois de chamar a iniciativa como “absolutamente ridícula”.  “(O processo de impeachment) está causando uma raiva imensa, divisão e dor muito maiores do que a maioria das pessoas jamais entenderá, o que é muito perigoso para os Estados Unidos, especialmente neste momento sensível”, disse Trump.

A Câmara deve decidir nesta quarta-feira, 13,  em votação sobre uma acusação formal a Trump por “incitar uma insurreição” para que seus apoiadores invadissem o Capitólio. Como esse processo deve ser aprovado na casa, passará ao Senado, que assim teria que realizar um segundo julgamento político do atual presidente. Trump apelou para que o país avance em direção à “paz”, mas novamente inflamou as tensões que sua própria suspensão e a de milhares de seus seguidores em redes sociais como o Twitter geraram. “A liberdade de expressão está sob um ataque sem precedentes”, disse.  O presidente chamou os apoiadores que invadiram o Capitólio – que ele havia descrito como “pessoas muito especiais” durante o ataque – de “máfia” e afirmou que não acreditava em “derrubar” as instituições do país.  “Acreditamos em legalidade, não em violência ou tumultos”, acrescentou o presidente, que tem enviado todo tipo de mensagens conflitantes sobre os responsáveis pelo ataque ao Capitólio desde o evento

*Com informações da EFE

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