Durante conflito no Afeganistão, 26 mil crianças foram mortas ou mutiladas

A denúncia, feita pela organização não-governamental Save The Children, se refere ao período entre 2005 e 2019, quando os menores também sofreram de desnutrição e deixaram de estudar

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2020 16h10
EFE/EPA/HEDAYATULLAH AMID 2,2 milhões de meninas não frequentam a escola, já que as unidades de ensino são um constante alvo de ataques

Um relatório divulgado nesta segunda-feira, 23, pela organização sem fins lucrativos Save the Children aponta que pelo menos 26.025 crianças foram assassinadas ou mutiladas durante os conflitos no Afeganistão. Os números dizem respeito ao período de 2005 a 2019, o que significa que uma média de cinco menores de idade foram vitimados a cada dia no país ao longo dos últimos 14 anos. “Imagine viver com o medo constante de que hoje seu filho pode morrer em um ataque suicida ou em um ataque aéreo. Esta é a triste realidade para dezenas de milhares de pais afegãos cujos filhos foram mortos ou feridos”, afirmou o diretor da ONG, Chris Nyamandi.

O levantamento também indicou outras dificuldades enfrentadas pela população mais jovem do Afeganistão, problemas estes que acabaram sendo exacerbadas pela pandemia de coronavírus. De acordo com o relatório, estima-se que 7 milhões de menores de idade estejam “necessitando de assistência urgente”, incluindo 3 milhões de crianças com menos de cinco anos que estão sofrendo de desnutrição. Além disso, 3,7 milhões de crianças afegãs, quase 60% delas meninas, não estão na escola. Isso se deve, em parte, porque entre 2017 e 2019 houve mais de 300 ataques a escolas, que acabaram ferindo ou matando pelo menos 410 alunos e professores.

Durante uma conferência realizada nesta semana em Genebra, na Suíça, a Save the Children fez apelos para aumentar o financiamento humanitário para o Afeganistão, já que a ONU arrecadou apenas 42% dos recursos de ajuda destinados ao país. Enquanto isso, o governo afegão tenta estabelecer, sem sucesso, um acordo de paz com o Talibã que proporcione uma solução política para o conflito que já dura 19 anos.

*Com informações da EFE

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