Estados Unidos confirmam retirada de tropas do Afeganistão em janeiro

No mesmo dia, o secretário-geral da OTAN alertou que a saída do exército norte-americano pode fazer com que o país volte a ser uma base para terroristas internacionais

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2020 18h08
EFE/EPA/JALIL REZAYEE Exército do Afeganistão, que em breve será o único responsável por manter a paz no país, realiza treinamento em Herat

Conforme já havia sido previsto pela mídia local, os Estados Unidos  anunciaram oficialmente nesta terça-feira, 17, a retirada substancial de tropas norte-americanas no Afeganistão até o dia 15 de janeiro de 2021. Sobrarão apenas 2.500 dos 4.500 soldados que se encontram atualmente no país. O número ficará próximo, portanto, da quantidade de militares presentes hoje no Iraque, que é de 3.000. Em discurso, o secretário de Defesa interino, Christopher C. Miller, assegurou que essa decisão não representa nenhuma mudança na política e é coerente com os objetivos estratégicos dos Estados Unidos.

Mais cedo, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão poderia ser arriscada caso acontecesse “cedo demais ou de maneira descontrolada”. Stoltenberg teme que o país asiático se torne, mais uma vez, “uma plataforma para os terroristas internacionais planejarem e organizarem ataques”. Ele também levantou a possibilidade do Estado Islâmico aproveitar a ocasião para reconstruir em terras afegãs o califado que perdeu na Síria e no próprio Iraque.

No início do mês, o Estado Islâmico confirmou ter sido o responsável por um atentado contra a Universidade de Cabul, capital do Afeganistão, que deixou pelo menos 22 mortos e cerca de 80 feridos. No final de outubro, um ataque suicida, cujo autoria não foi reivindicada por nenhum grupo, causou a morte de 18 pessoas, incluindo crianças, perto de um centro educacional também em Cabul. Poucos dias antes, um ataque com carro-bomba realizado na cidade de Firozkoh, provavelmente pelos talibãs, matou 13 civis e deixou outros 95 feridos.

*Com informações da EFE

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