Eleições nos EUA têm republicanos liderando disputa pela Câmara, apontam projeções

No Senado, apesar de ser projetado empate entre os partidos, democratas destacam-se por elegerem John Fetterman na Pensilvânia, além de possuírem voto de minerva de Kamala Harris

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2022 08h31
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ANGELA WEISS / AFP John Fetterman - Pensilvânia Vice-governador da Pensilvânia, democrata John Fetterman, é eleito senador pelo partido na disputa considerada mais importante pelo controle do senado nas Midterms

As Midterms, eleições de meio turno para o legislativo dos Estados Unidos, podem mudar o controle do Congresso do país nas duas casas, que hoje é dos Democratas, partido do presidente Joe Biden. É comum que os americanos tirem a hegemonia do governo nessas eleições na Câmara ou no Senado, mas os republicanos almejam o controle total do Congresso, o que aumentaria chances de um impeachment de Biden, além de direcioná-lo a uma mudança de estratégias de governo. Apesar do pleito ter sido realizado na última terça-feira, o resultado final pode demorar dias para ser computado. Segundo projeção da AP News, neste momento os democratas e os republicanos possuem 48 cadeiras cada no Senado dos Estados Unidos. Para ter o controle do Senado é preciso ter 51 parlamentares eleitos. Caso o empate se mantenha, 50 a 50, a vantagem é dos democratas, já que o voto de minerva é da presidência da casa, exercida pela vice-presidente do país, a democrata Kamala Harris. Por outro lado, os republicanos se destacam na disputa da Câmara, com 199 vagas contra 172 dos democratas, também segundo a agência internacional de notícias. Para ter o controle da Câmara é necessário conquistar 218 cadeiras.

Ainda que os resultados demorem a sair completamente, algumas vitórias já foram consolidadas, como a do vice-governador da Pensilvânia, John Fetterman (democratas), para o Senado. A disputa entre ele e seu principal rival, Mehmet Oz (Republicanos), era considerada a mais importante para o controle do Senado, o que aponta para um avanço importante dos Democratas neste momento, apesar da projeção de um empate. A campanha deles teve envolvimento direto de políticos nacionais importantes como Biden e Barack Obama ao lado do eleito, e Donald Trump apoiando Oz.

As Midterms vem mostrando uma força surpreendente dos democratas na atual gestão de Biden, que é mal avaliada e mantém alta inflação no país. O partido conquistou governos de estados importantes como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia – campos de batalha críticos para a vitória de Biden em 2020 sobre o ex-presidente Trump. Por outro lado, os republicanos mantiveram-se estáveis na Flórida, no Texas e na Geórgia, outro estado campo de batalha que Biden venceu há dois anos.

O deputado Kevin McCarthy, republicano que pode se tornar o presidente da Câmara caso seu partido tome o controle da casa, estava otimista em relação à vitória e disse a apoiadores: “Quando você acordar amanhã, seremos a maioria”. Já a atual presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse: “Embora muitas corridas permaneçam muito próximas, está claro que os membros e candidatos democratas da Câmara estão superando fortemente as expectativas em todo o país”.

O resultado das Midterms vão determinar o futuro da agenda de Biden no comando dos EUA e servirá como um referendo sobre seu governo. Um eventual controle republicano da Câmara provavelmente desencadearia uma rodada de investigações sobre Biden e sua família, enquanto uma vitória no Senado do Partido Republicano prejudicaria a capacidade de Biden de fazer nomeações judiciais. Os democratas estavam enfrentando ventos contrários históricos. O partido no poder quase sempre sofre perdas nas primeiras eleições de meio de mandato do presidente, mas os democratas esperam que a raiva e indignação da população diante da decisão da Suprema Corte de acabar com o direito ao aborto possa energizar seus eleitores a resistir às tendências históricas.

*Com informações da AP News e da EFE

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