Em cúpula virtual, Biden ameaça Putin com sanções econômicas se Rússia atacar Ucrânia

Kremlin, por sua vez, afirmou que Putin alertou ao presidente dos EUA sobre o potencial militar crescente da Otan nas suas fronteiras

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2021 17h50
EFE/EPA/Al Drago / POOL - 21/07/2021 joe biden durante coletiva de imprensa Biden se reuniu com Putin virtualmente diante de tensão entre os dois países

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou nesta terça-feira, 7, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com sanções econômicas, caso algum tipo de ataque à Ucrânia seja realizado, segundo informou a Casa Branca, após a realização de uma cúpula virtual entre os dois. No encontro, o chefe de governo americano pediu que haja um rebaixamento de tensões na fronteira entre as duas antigas repúblicas soviéticas e que seja retomada a “diplomacia”. Biden, de acordo com o comunicado emitido pela Casa Branca após o encontro, expressou “as profundas preocupações dos Estados Unidos e seus aliados europeus com a escalada militar da Rússia no entorno da Ucrânia”. O presidente garantiu que, em caso de uma ofensiva, EUA e aliados “responderão com fortes medidas econômicas”. Além disso, Biden reiterou “o apoio à soberania e à integridade territorial da Ucrânia” e pediu uma desescalada e o regresso à diplomacia.

Depois do diálogo entre os presidentes, ambos “encarregaram suas equipes para que dessem seguimento” ao que havia sido conversado, que segundo a Casa Branca, no caso dos Estados Unidos, será feito com os países aliados, especialmente, da Europa. Durante a cúpula desta terça, Biden e Putin também falaram sobre o diálogo bilateral entre os países que lideram sobre estabilidade estratégica, assim como uma iniciativa entre Washington e Moscou relativa a ataques cibernéticos com ‘ransomware’, um programa que sequestra dados do usuário, em troca de pagamento para liberá-los. Além disso, os dois presidentes abordaram “termos regionais, como o Irã”, em meio aos debates para salvar o acordo nuclear do qual os EUA se retiraram em 2018.

Após o posicionamento da Casa Branca, porém, o Kremlin afirmou que Putin comunicou a Biden sobre o potencial militar crescente da Otan em suas fronteiras e pediu “garantias” de que a Aliança Atlântica não se expandirá para o leste. “A Otan está empreendendo tentativas perigosas de usar o território ucraniano e desenvolve seu potencial militar em nossas fronteiras, e é por isso que a Rússia tem um interesse sério em [obter] garantias jurídicas seguras que descartem uma expansão da Otan no leste”, informou o comunicado. A Casa Branca, junto com parceiros europeus, trabalha em um pacote de fortes sanções econômicas para dissuadir Putin de um eventual ataque à Ucrânia. Atualmente, entre 70 mil e 94 mil militares russos estão na fronteira com o país vizinho, de acordo com dados dos serviços de inteligência americano e ucraniano. O governo dos EUA acredita que a Rússia poderia invadir a Ucrânia com cerca de 175 mil homens. Já Kiev acredita que o momento mais provável de um ataque seja o fim de janeiro do próximo ano.

*Com informações da EFE e da AFP

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