Erdogan recebe apoio da terceira via para segundo turno das eleições na Turquia

Eleitores voltam às urnas no domingo, 28, para escolher novo chefe de Estado; atual líder turco defende os 20 anos de governo e visa conquistar mais cinco

  • Por Jovem Pan
  • 22/05/2023 17h29 - Atualizado em 22/05/2023 17h30
Handout / Press Office of the Presidency of Turkey / AFP eleição na turquia (1) Presidente turco Recep Tayyip Erdogan encontrando-se com o ex-candidato presidencial da Aliança ATA Sinan Ogan no escritório de Dolmabahce em Istambul

A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, Recep Tayyip Erdogan, atual presidente tudo, e que venceu o primeiro turno, recebeu um apoio importante na reta final. O terceiro colocado, o ultranacionalista Sinan Ogan, anunciou nesta segunda-feira, 22, que vai apoiar o presidente atual no segundo turno do próximo domingo, 28. “Peço aos eleitores que votaram em nós no primeiro turno que votem no senhor Erdogan no segundo”, disse Ogan, que conseguiu 5,2% dos votos no primeiro turno de 14 de maio. O atual chefe de Estado, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita conservador), teve no primeiro turno 49,5% dos votos, seguido pelo social-democrata Kemal Kilicdaroglu, à frente de uma coalizão de seis partidos, com 44,9% dos votos. Os analistas questionam o peso do apoio de Ogan entre seus eleitores. Seu partido existe há apenas alguns meses e a maior parte de seus seguidores estaria descontente tanto com Erdogan quanto com Kilicdaroglu.

O presidente de 69 anos, que está no poder há 20 anos, é acusado de autoritarismo e saiu muito melhor do que previram as pesquisas para o primeiro turno. Erdogan está decidido a permanecer por mais cinco anos na presidência da Turquia, país com 85 milhões de habitantes que passou por uma transformação profunda durante suas duas décadas no poder e que agora sofre uma grave crise econômica. Essa é a primeira vez que uma eleição na Turquia vai para o segundo turno, contudo também é a segunda vez que os turcos vão às urnas para escolher o presidente, pois até 2017 o país adotava um regime parlamentarista. Nesses últimos dias, a disputa pelos votos da extrema-direita levou a Kilicdaroglu, líder da oposição, a se aproximar de causas da direita, como a adoção de uma postura crítica à imigração. A eleição na Turquia tem atraído atenção mundial, isso por causa da sua localização geográfica e, mesmo sendo membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), também mantém relações com a Rússia. No primeiro turno, houve número recorde de comparecimento às urnas, 88,9% dos turcos votaram.

 

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