Especialistas que investigarão origem da pandemia aguardam visto da China

Os dez enviados da Organização Mundial da Saúde ainda não receberam autorização para entrar no país, situação que o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus chamou de ‘decepcionante’

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2021 17h20 - Atualizado em 05/01/2021 17h29
EFE/EPA/ROMAN PILIPEY A Covid-19 foi detectada pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, que hoje vive um cotidiano normal

Os dez especialistas designados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar as origens da pandemia de coronavírus na China ainda não receberam a autorização necessária para entrar no país. A informação foi confirmada pelo próprio diretor-geral da entidade internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que disse estar “muito decepcionado” com a notícia. Em uma rara repreensão à Pequim, ele afirmou que dois membros do time já começaram suas jornadas rumo à China e que os demais especialistas foram impedidos de viajar no último minuto. O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, acrescentou que a entidade espera que a demora na liberação dos vistos seja “apenas uma questão logística e burocrática que possa ser resolvida muito rapidamente”.

O grupo é composto por cientistas de diferentes países – Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietnã, Alemanha e Catar – estão ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas e à Organização Mundial da Saúde Animal. Entre os seus objetivos está encontrar a possível origem animal do Sars-CoV-2 e através de quais canais ele foi transmitido aos humanos. Para isso, eles devem visitar a cidade de Wuhan, onde foi detectado o primeiro caso da Covid-19, e outras localidades da China.

As origens do surto do novo coronavírus são questionadas por alguns membros da comunidade internacional, que acusam as autoridades chinesas de terem ocultado informações sobre o início da pandemia que custaria mais de 1,8 milhões de vidas. No final de dezembro, a China condenou a quatro anos de prisão a jornalista Zhang Zhan justamente por ela ter noticiado sobre o começo da propagação do Sars-Cov-2 em Wuhan. A organização Chinese Human Rights Defenders acredita que a sentença tem como objetivo “silenciar outras pessoas que testemunharam o que aconteceu na cidade”.

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