EUA e China chegam a um ‘consenso’ sobre alinhamento chinês com Rússia
Antony Blinken e Wang Yi participaram de uma reunião ‘construtiva’ em Bali e discutiram guerra na Ucrânia e a situação de Taiwan
Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da China, Antony Blinken e Wang Yi, se reuniram neste sábado, 9, para uma reunião construtiva e chegaram a alguns consensos para melhorar as relações. “As duas partes, com base na reciprocidade e benefício mútuo, chegaram a um consenso para que o grupo de trabalho conjunto China-EUA consiga mais resultados”, afirmou o ministério chinês das Relações Exteriores ao informar a reunião com Blinken, que aconteceu à margem do encontro do G20 em Bali. O objetivo principal do encontro entre os dois representantes era a retomada do diálogo de alto nível entre Estados Unidos e China. “É realmente o momento de todos nos levantarmos, como fizeram os países do G20 um depois do outro, para condenar a agressão e exigir, entre outras coisas, que a Rússia permita o acesso aos alimentos bloqueados na Ucrânia”, declarou Blinken.
Durante o encontro, o americano mencionou a atitude do governo da China em relação a Taiwan, uma ilha democrática que Pequim considera parte de seu território e que prometeu retomar algum dia, o que continua sendo um problema para Washington, preocupado com a crescente pressão militar do gigante asiático. “Expressei a profunda preocupação dos EUA com a retórica e as atividades cada vez mais provocativas de Pequim em relação a Taiwan e com a importância vital da manutenção da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse Blinken, após cinco horas de reunião com Wang. O secretário de Estado afirmou que também pediu ao colega chinês que estabeleça distância da Rússia e condene a “agressão” russa contra a Ucrânia.
Desde o dia 24 de fevereiro quando Putin autorizou uma ‘operação militar’ no Leste Europeu, o ocidente tenta isolar a Rússia desde o início da invasão da Ucrânia e a economia mundial enfrenta uma crescente incerteza, China e Estados Unidos adotaram medidas preventivas para evitar que suas muitas divergências resultem em conflitos incontroláveis. Daniel Kritenbrink, principal diplomata americano para o leste da Ásia, afirmou antes do encontro que o governo dos Estados Unidos buscaria “fazer todo o possível para evitar qualquer erro que possa levar inadvertidamente a um conflito”. A reunião também deveria servir de preparação para os encontros virtuais entre os presidentes Xi Jinping e Joe Biden nas próximas semanas. O jornal estatal chinês Global Times, geralmente crítico dos Estados Unidos, afirmou que a diplomacia “destaca o consenso entre as partes para evitar uma escalada do confronto”.
*Com informações da AFP
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