Presidente do Sri Lanka promete renunciar após manifestantes incendiarem palácio

País enfrenta uma crise econômica que ameaça deixar os moradores sem itens básicos para sobrevivência; Gotabaya Rajapaksa deve deixar cargo no dia 13 de julho

  • Por Jovem Pan
  • 09/07/2022 16h02 - Atualizado em 09/07/2022 16h15
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AFP Sri Lanka Manifestantes que exigem a renúncia do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, se reúnem dentro do complexo do Palácio Presidencial do Sri Lanka em Colombo em 9 de julho de 2022. para exigir sua demissão invadiu o complexo

AFPO presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, prometeu neste sábado, 9, que vai renunciar ao cargo no dia 13 de julho. “Para garantir uma transição pacífica, o presidente disse que apresentaria sua renúncia”, disse o parlamentar, Mahinda Abeywardana, em declaração transmitida pela televisão. O anúncio vem em um momento em que o país enfrenta uma crise sem precedentes que provocou uma inflação galopante, com uma grave escassez de combustíveis, energia elétrica, alimentos e medicamentos. A ONU calcula, entre outras coisas, que quase 80% da população pula as refeições para enfrentar a falta de alimentos e a alta dos preços. 

Neste sábado, dezenas de manifestantes invadiram o palácio presidencial exigindo a renúncia de Rajapaksa. Uma multidão atacou e incendiou a a residência privada do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, segundo as policiais e do governo. Os protestos acontecem um dia após ser anunciado um toque de recolher que não foi respeitado e alguns colaboradores, como as autoridades ferroviárias, foram obrigados a transportá-los alguns dos manifestantes até Colombo para participar na manifestação. O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, primeiro nome para substituir o presidente, também afirmou que está disposto a renunciar visando que o país tenha um governo de unidade nacional. 

manifestantes invadem palácio presidencial no Sri Lanka

Manifestantes que exigem a renúncia do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, nadam em uma piscina dentro do complexo do Palácio Presidencial do Sri Lanka em Colombo │AFP

Crise sem precedentes

A crise, com uma dimensão sem precedentes desde a independência do país em 1948, é atribuída à pandemia de Covid-19, que privou a ilha da Ásia meridional das divisas do setor turístico, e foi agravada por uma série de péssimas decisões políticas, segundo os economistas. A ONU pediu calma às autoridades e ao governo do Sri Lanka. Em maio, nove pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante os distúrbios no país. Em abril, o Sri Lanka declarou a moratória da dívida externa de 51 bilhões de dólares e iniciou negociações para um plano de ajuda do Fundo Monetário Internacional. 

*Com informações da AFP

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