Europa vive semana decisiva sobre abastecimento de gás russo após fim da manutenção do Nord Stream

Rússia deve reabrir seu principal gasoduto de gás natural para a Alemanha nos próximos dias; fornecimento foi interrompido no dia 11 de julho para reparos regulares

  • Por Jovem Pam
  • 19/07/2022 13h01 - Atualizado em 19/07/2022 13h15
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REUTERS/Hannibal Hanschke abas stecimento de gás Tubos nas instalações de terra firme do gasoduto 'Nord Stream 1' são retratados em Lubmin, Alemanha

Esta semana pode ser crucial para os países europeus preocupados com o impacto da guerra e das sanções sobre o fornecimento de gás. Isso porque a Rússia deve reabrir seu principal gasoduto de gás natural para a Alemanha, Nord Stream 1, nos próximos dias após manutenção regular, mas os europeus estão preocupados de que Moscou possa mantê-lo fechado. A russa Gazprom, que opera o gasoduto, disse a clientes na Europa que não pode garantir o fornecimento de gás por causa de circunstâncias “extraordinárias”, de acordo com uma carta vista pela Reuters, aumentando a aposta em um confronto econômico com o Ocidente.

Nesta terça-feira, 19, ao mesmo tempo em que as tropas russas intensificaram seus ataques no sul e norte, a maior importadora de gás da Alemanha, declarou: “Recebemos uma carta da Gazprom na qual a empresa invoca retroativamente uma força maior por seus cortes de fornecimento de gás passados e atuais”, declarou a Uniper, maior importadora de gás da Alemanha. “Podemos confirmar o recebimento de um aviso de força maior”, confirmou o grupo RWE, outro cliente da Gazprom, também em comunicado enviado. Segundo o jornal alemão Handelsblatt, outros “clientes europeus” da Gazprom receberam o mesmo aviso. Falar de um “estado de força maior”, que permite que uma empresa seja liberada de suas obrigações contratuais, isentando-a de qualquer responsabilidade legal.

invasão russa a Ucrânia

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Alemanha fechou outro gasoduto russo que deveria entrar em funcionamento – o Nord Stream 2 – e se esforça para reduzir a dependência do gás de Moscou. Mas a dependência permanece elevada: 35% de suas importações de gás procedem da Rússia, contra 55% antes da guerra. E mais de 50% da calefação das residências precisa do gás. Uma paralisação permanente do Nord Stream 1 não afetaria apenas a maior economia europeia. Segundo o site do Nord Stream, o gás que chega à Alemanha, à localidade de Lubmin, é transportado em seguida para Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Holanda. O gasoduto Nord Stream está em obras desde 11 de julho. Esta manutenção de rotina terminará na quinta-feira às 04h00 GMT (1h00 de Brasília).

gás russo na Europa

*Com informações da Reuters e APF

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