Eutanásia é legalizada no Uruguai

O projeto aprovado busca garantir o direito de ‘transcorrer dignamente o processo de morrer’ para maiores de idade psiquicamente aptos que atravessem a etapa terminal de doenças incuráveis e irreversíveis 

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2025 09h19
  • BlueSky
Foto por SANTIAGO MAZZAROVICH / AFP Senadores que votam a favor de um projeto de lei sobre eutanásia e seus defensores comemoram sua aprovação no Palácio Legislativo de Montevidéu, em 15 de outubro de 2025. O Uruguai aprovou uma lei que legaliza a eutanásia sob certas condições, após um debate profundo e extenso no Senado, que resolveu vários anos de idas e vindas parlamentares. O Senado aprovou a lei intitulada "Morte Digna" com 20 votos a favor de 31, tornando o Uruguai parte de uma pequena lista de países que permitem a morte assistida. Na América do Sul, Colômbia e Equador descriminalizaram a eutanásia por meio de decisões judiciais. Senadores que votaram a favor de um projeto de lei sobre eutanásia e seus defensores comemoram sua aprovação no Palácio Legislativo de Montevidéu 

O Senado do Uruguai aprovou nesta quarta-feira (15) o projeto chamado de lei da Morte Digna, com o qual o país legalizou a eutanásia. Após mais de dez horas de debate, todos os senadores da partido governista Frente Ampla se manifestaram a favor da iniciativa, assim como alguns dos opositores do Partido Colorado e do Partido Nacional. O projeto aprovado busca garantir o direito de “transcorrer dignamente o processo de morrer” mediante a despenalização da eutanásia para os maiores de idade psiquicamente aptos que atravessem a etapa terminal de doenças incuráveis e irreversíveis ou que tenham, por causa delas, sofrimentos insuportáveis.

“Poderão se amparar nas disposições contidas nesta lei os cidadãos uruguaios naturais ou legais e os estrangeiros que comprovem de forma fidedigna sua residência habitual no território da República”, cita o texto, que detalha em seguida o passo a passo do procedimento para a eutanásia. No último dia 13 de agosto, o Uruguai havia dado o primeiro passo rumo à legalização da eutanásia com a aprovação do projeto de lei na Câmara dos Deputados. O projeto avançou para a Comissão de Saúde Pública do Senado, onde os legisladores que a integravam receberam diferentes coletivos para dialogar e depois o aprovaram, o que permitiu que seguisse para o plenário.

“Este projeto foi construído com responsabilidade. Muito debatido em deputados, com uma comunicação muito direta com senadoras e senadores, chegou-se a este projeto. Foram estabelecidas garantias claras para proteger os pacientes, deposita-se confiança nos profissionais médicos e nas equipes de saúde. Respeitou-se a vontade individual”, afirmou o senador Daniel Borbonet, da Frente Ampla. “É um direito a decidir. Não substitui o já existente e não impõe conduta. Transcorrer com dignidade o processo final da vida, cursando uma doença intratável, incurável, irreversível, com sofrimento insuportável e com grave e progressiva deterioração da qualidade de vida não é um delito, e por isso não se deve penalizar ninguém”, acrescentou.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Na mesma linha, o senador colorado Ope Pasquet defendeu a lei em entrevista à Agência EFE. “A lei é necessária, liberal e humanitária. É necessária porque há muita gente que chega ao final da vida afetada por doenças incuráveis e irreversíveis, com sofrimentos insuportáveis e que às vezes alguns querem encurtar a vida para não sofrer até o final”, declarou. Pasquet havia apresentado em 2020 um projeto para legalizar a eutanásia que foi aprovado na Câmara, mas não conseguiu os votos necessários na Comissão de Saúde do Senado. Agora, com uma nova lei já sancionada, o Poder Executivo deverá regulamentá-la em um prazo de até 180 dias desde a promulgação.

*Com informações da EFE

 

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.