Eutanásia em paciente com doença não terminal é cancelada na Colômbia
Procedimento aconteceria neste domingo, 10, mas foi barrado por uma comissão que analisa o direito de morrer com dignidade; colombiana é diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA)
A eutanásia da colombiana Martha Sepúlveda foi cancela. O procedimento estava marcado para acontecer na manhã deste domingo, 10, e ela seria a primeira pessoa a receber o procedimento na Colômbia sem estar com uma doença terminal. A informação foi confirmada pelo Instituto Colombiano de Dor (Incodol), centro clínico em que o procedimento seria realizado, conforme divulgado pela BBC Mundo. A decisão foi tomada após a Comissão Científica Interdisciplinar pelo Direito de Morrer com Dignidade decidir por unanimidade que a eutanásia seria cancelada, pois os pontos apresentados não cumprem o critério de doença terminal. Lucas Correa, advogado de Martha, declarou à BBC que é “ilegítima, ilegal e arbitrária” a decisão de cancelar o procedimento e afirmou que sua cliente está perdendo o direito de morrer com dignidade.
“Eles a estão forçando a viver uma vida que ela não deseja continuar vivendo, com sofrimento e dor que ela considera incompatíveis com sua ideia de dignidade”, declarou o advogado. Há pouco mais de um ano, o Tribunal Constitucional da Colômbia definiu que as pessoas que com “intenso sofrimento físico ou mental” por causa de uma lesão ou doença incurável teria o direito a eutanásia. Martha possui um diagnóstico esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença sem cura e degenerativa que afeta o movimento voluntário dos músculos. A doença não é considerada terminal. Em entrevista prévia à Caracol TV, Martha, de 51 anos, declarou que é católica, mas acredita que Deus não quer ver o sofrimento dela. “No estado em que estou, a melhor coisa que pode me acontecer é ir descansar”, falou.
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