Evo Morales considera ‘traição’ referendo proposto por Luis Arce sobre reeleição na Bolívia

‘Utilizando os mesmos métodos que o traidor Lenin Moreno, Luis Arce pretende convocar um referendo com o único propósito de me desqualificar como candidato para as eleições’, afirmou Morales no X

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2024 19h37 - Atualizado em 07/08/2024 19h42
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Peter Foley/EFE Evo Morales Evo Morales escolheu Arce, seu ex-ministro da Economia, como candidato para as eleições de 2020, das quais seu sucessor político saiu vencedor

O ex-presidente boliviano Evo Morales considerou, nesta quarta-feira (7), uma “traição” por parte de seu pupilo político e atual mandatário, Luis Arce, a proposta de um referendo para decidir sobre a reeleição presidencial e afirmou que Arce apenas busca torná-lo inelegível para o pleito de 2025. “Utilizando os mesmos métodos que o traidor Lenin Moreno, Luis Arce pretende convocar um referendo com o único propósito de me desqualificar como candidato para as eleições”, afirmou Morales na rede social X, acrescentando que “a traição é uma das condutas humanas mais desprezíveis”. Morales mencionou um plebiscito convocado pelo ex-presidente equatoriano Lenin Moreno em 2018, que eliminou a reeleição ilimitada e que seus opositores alegaram ter sido direcionado contra seu antecessor e mentor político, Rafael Correa.

Evo Morales (2006-2019) escolheu Arce, seu ex-ministro da Economia, como candidato para as eleições de 2020, das quais seu sucessor político saiu vencedor com 55% dos votos. Mas agora ambos estão em conflito pelo controle do governo e pela candidatura para as eleições de 2025, embora apenas Morales tenha declarado que concorrerá à Presidência. Arce propôs na terça-feira a convocação de uma consulta popular para definir os limites constitucionais da reeleição presidencial. A Constituição boliviana estabelece que o mandato presidencial é de cinco anos, com possibilidade de apenas uma reeleição subsequente. Morales (2006-2019) argumenta que o preceito constitucional não o afeta, pois não proíbe a reeleição de forma descontínua, como seria o seu caso.

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O governo de Arce, no entanto, afirma que esse artigo desqualifica Morales, pois ele governou por três mandatos consecutivos de 2006 a 2019 e que uma decisão judicial de 2023 proíbe a reeleição ilimitada. O ministro da Justiça, Iván Lima, colaborador próximo de Arce, criticou Morales em uma coletiva de imprensa. “Quem não quer ouvir o povo boliviano, quem está disposto a pensar somente em si mesmo, é uma só pessoa: chama-se Evo Morales (…) porque ele apenas mente para o país”.

Arce propôs que a consulta seja realizada no mesmo dia das eleições, embora ainda precise coordenar o mecanismo, a forma e as perguntas com o Parlamento e o tribunal eleitoral. As autoridades pretendem agendar a votação para dezembro ou janeiro. O governo também quer fazer consultas no mesmo dia sobre o subsídio estatal à importação de combustíveis e a redistribuição dos assentos parlamentares entre os nove departamentos do país.

*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira

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