Ex-policial Derek Chauvin é condenado pela morte de George Floyd

Decisão foi anunciada no começo da noite desta terça-feira, 20; júri do caso levou pouco mais de 24 horas para decidir, de forma unânime, pela condenação do ex-policial

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2021 18h14 - Atualizado em 20/04/2021 18h28
EFE/EPA/CRAIG LASSIG Casal observa mural que homenageia George Floyd Julgamento teve início no dia 29 de março e ouviu mais de 40 testemunhas

Um dos julgamentos policiais mais importantes da história dos Estados Unidos chegou ao fim nesta terça-feira, 20. O ex-agente Derek Chauvin foi considerado culpado nas acusações de homicídio culposo, negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte e causar a morte, sem intenção, através de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana, pelo episódio que resultou na morte de George Floyd em maio de 2020. O júri, formado por seis brancos, quatro negros e duas pessoas multirraciais, começou a deliberar o destino do ex-policial nesta segunda-feira, 19, e anunciou a sua decisão unânime menos de 24 horas depois. Durante o julgamento, que teve início no dia 29 de março e ouviu mais de 40 testemunhas, a defesa buscou comprovar que Chauvin agiu de acordo com o seu treinamento policial, mas foi distraído pela “multidão hostil” que começou a se formar em torno dele. Além disso, os advogados apresentaram argumentos de que George Floyd teria morrido por problemas cardíacos pré-existentes, possivelmente agravados pelo uso de drogas e pelo monóxido de carbono que saía do escapamento da viatura. Já a promotoria alegou que houve violência desnecessária durante a ação de Chauvin e que Floyd teria morrido devido à pressão exercida sobre o seu pescoço, que lhe deixou sem oxigênio. Para a acusação, a principal evidência disso era o vídeo que mostra o ex-policial ajoelhando sobre o homem afro-americano durante nove minutos, apesar da vítima repetir mais de vinte vezes que não estava conseguindo respirar. A gravação provocou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial em todo o mundo.

O governador de Minnesota, Tim Walz, anunciou uma série de medidas devido à potencial repercussão do veredicto e declarou “emergência em tempos de paz”. Para reforçar a segurança local, foram destacados três mil soldados da Guarda Nacional, sendo que existe ainda a possibilidade de policiais de estados vizinhos serem acionados caso necessário. Além disso, durante o restante dessa semana as escolas passarão para o modelo de ensino remoto e as empresas foram orientadas a adotar home office na medida do possível. Mais cedo, o presidente Joe Biden já tinha previsto que o veredicto seria “esmagador” e revelou que conversou com os parentes de Floyd na segunda-feira, 19. “Só posso imaginar a pressão e a ansiedade que eles estão sentindo. Eles são uma boa família e estão clamando por paz e tranquilidade, não importa qual seja o veredicto. Estou rezando para que o veredicto seja o veredicto certo”, afirmou. Anteriormente, a cidade de Minneapolis já tinha aprovado, também por unanimidade, um acordo civil para indenizar em US$ 27 milhões (R$ 149 milhões, na cotação atual) a família de George Floyd.

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