Ex-presidente do Peru tem direitos políticos cassados por escândalo de vacinação

No último domingo, 11, Martín Vizcarra foi eleito deputado com o maior número de votos entre todos os candidatos, mas não poderá tomar posse

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2021 17h14 - Atualizado em 17/04/2021 17h14
EFE/ John Reyes Ex-presidente do Peru, Martín Vizcarra, teve seus direitos políticos cassados por 10 anos O ex-presidente Martín Vizcarra está sendo penalizado por ter recebido a vacina contra Covid-19 em segredo em 2020

O ex-presidente Martín Vizcarra teve os seus direitos políticos cassados por dez anos. A decisão foi tomada pelo Congresso do Peru nesta sexta-feira, 16, devido ao escândalo das vacinas. Em setembro de 2020, quando ainda era presidente, Vizcarra utilizou um lote de vacinas contra Covid-19 da chinesa Sinopharm para imunizar de forma irregular 500 pessoas, incluindo funcionários do governo e ele mesmo. Na época, a vacina ainda não tinha concluído todas as etapas de ensaios clínicos e o lote em questão deveria ser destinado a testes da fase 3. Vizcarra acabou sofrendo um impeachment no mês seguinte, mas por outro motivo, relacionado ao pagamento de propinas quando era governador de Moquegua. A cassação dos seus direitos políticos acontece menos de uma semana depois dele ter sido eleito deputado no último domingo, 11, com o maior número de votos entre todos os candidatos. Dessa forma, ele não poderá tomar posse.

O impeachment de Vizcarra foi seguido de grandes protestos no Peru contra a tomada do poder pelo então presidente do Congresso, Manuel Merino, que só durou cinco dias no cargo: o parlamentar renunciou à presidência após a repressão brutal desses protestos em Lima, que tiveram saldo de dois mortos e centenas de feridos. Em 17 de novembro, Francisco Sagasti, também parlamentar, assumiu a presidência peruana e lidera um governo de transição até 28 de julho, quando deve entregar o poder ao presidente escolhido no segundo turno das eleições, previsto para o dia 6 de junho. A disputa está entre o candidato de esquerda radical Pedro Castillo e o de direita populista Keiko Fujimori.

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