Para conter a Covid-19, Bolívia prorroga restrições nas fronteiras com o Brasil

Medida entrou em vigor na última sexta-feira, 2, e foi prorrogada até o dia 16; circulação entre países funcionará apenas quatro horas por dia

  • Por Jovem Pan
  • 09/04/2021 22h17
Reprodução Twitter LuchoXBolivia Fronteira do Brasil com a Bolívia é fechada devido ao avanço da Covid-19 Circulação entre os países seguirá com restrições por pelo menos sete dias

A Bolívia decidiu prorrogar nesta sexta-feira, 9, as restrições à circulação na fronteira com o Brasil e outros países por mais uma semana como medida preventiva contra o risco de infecção de novas variantes do coronavírus. A iniciativa, que está em vigor há uma semana por decreto aprovado pelo governo do presidente Luis Arce, foi estendida até 16 de abril. Ele declarou em um comunicado conjunto publicado pelo Ministério da Saúde e o Ministério das Relações Exteriores que podem ocorrer novas extensões dependendo de avaliações epidemiológicas. Durante esse período, o tráfego fronteiriço estará disponível diariamente por até quatro horas em todas as cidades bolivianas com ligação com o Brasil, enquanto a fronteira com Peru, Chile, Argentina e Paraguai estará aberta por oito horas por dia. Além disso, as autoridades bolivianas providenciaram controles de imigração, identificação e aferição de temperatura corporal para identificar possíveis portadores da doença, além de testes laboratoriais a serem realizados para aqueles que apresentam sintomas de Covid-19.

Outras disposições apontam para campanhas especiais de vacinação na fronteira fora do plano e do cronograma vigente no restante do país. Também foram criadas brigadas médicas para vigilância e controle epidemiológico, de acordo com a nota oficial. Alguns dos episódios mais delicados estão sendo vividos pela população de Guayaramerín, na fronteira nordeste com o Brasil, devido à saturação de seus centros de saúde, à falta de medicamentos e oxigênio e ao aumento dos índices de letalidade, conforme divulgado em várias reportagens da imprensa local. A prefeita da cidade, Helen Gorayeb, teve que viajar para La Paz, sede dos poderes Executivo e Legislativo, para buscar apoio econômico para seu município, que já declarou um desastre sanitário e não tem condições de pagar as despesas médicas.

“Enviamos ao município de Guayaramerín 40 brigadistas, 21 médicos, 20 mil vacinas, novo lote de medicamentos, oxigênio e 13,6 mil testes de Covid até o momento”, escreveu Arce nesta sexta-feira no Twitter, em resposta à necessidade da localidade. A Bolívia notificou até agora 279.207 casos de Covid-19, com 12.412 mortes. Os relatórios epidemiológicos diários da última semana mostraram um aumento no número de infecções que ultrapassaram 1 mil por dia. A vacinação contra a doença começou em pequena escala no final de janeiro, com funcionários da área da saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia. Depois, foi estendida a pessoas com doenças renais e câncer, e esta semana começou de forma generalizada àqueles com mais de 60 anos de idade. No entanto, o plano nacional, que até agora já entregou 400.804 doses, deparou-se nesta semana com problemas de planejamento e reclamações sobre a falta de doses

*Com informações da EFE

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