Ex-primeiro-ministro da Costa do Marfim é condenado à prisão perpétua por ‘insurreição’ contra governo

Guillaume Soro está exilado fora do país africano e foi condenado em ausência; Justiça também ordenou que ele acabe com o movimento político criado em 2019

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2021 13h39 - Atualizado em 23/06/2021 13h58
Governo da Costa do Marfim/Creative Commons/28.11.2007 Guillaume Soro ex-primeiro-ministro da costa do marfim Guillaume Soro foi primeiro-ministro da Costa do Marfim

O ex-primeiro-ministro da Costa do Marfim Guillaume Soro, foi condenado à prisão perpétua nesta quarta-feira, 23, acusado de fazer um “complô” para derrubar o governo local no fim de 2019. Ele foi julgado e condenado em ausência, já que está exilado do país há cerca de dois anos. A acusação contra Soro afirmava que ele e uma série de apoiadores criaram uma “insurreição civil e militar” para derrubar o governo em dezembro de 2019, antes das eleições presidenciais. Soro é acusado por conspiração, tentativa de prejudicar autoridade do Estado e disseminação de notícias falsas. Essa é a segunda condenação sofrida por ele. Ainda em 2020, o ex-primeiro-ministro foi sentenciado a 20 anos de prisão por suposta fraude de verbas públicas e por tentar se apropriar de uma casa do governo que foi cedida a ele enquanto era primeiro-ministro. Na ocasião, o político marfinense ficou impedido de concorrer às eleições presidenciais, mesmo sendo considerado como “um forte candidato”.

Além de Soro, dois apoiadores dele, Souleymane Kamagate e Affoussy Bamba, foram sentenciados a 20 anos de prisão. Dois irmãos dele, que em julgamento afirmaram não ter ligação com política, foram condenados a 17 meses de prisão por “distúrbio da ordem pública”. O confisco de bens do político e de 19 pessoas envolvidas nos mesmos esquemas também foi ordenado pela Justiça. Ele precisará pagar uma multa de 1 bilhão de CFA francos (equivalente a R$ 890 milhões) aos cofres públicos do país e precisará acabar o “Generations and People in Solidarity”, movimento político criado por ele com mais de 50 mil membros filiados. Em nota publicada nas redes sociais, o político afirmou que “rejeita totalmente o veredito” e disse que a Justiça está aparelhada em um plano contra ele. “Não é segredo para ninguém que o objetivo desse julgamento é colocar um ponto final no projeto político que criei para a Costa do Marfim”, afirma trecho da nota.

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