Exército de Myanmar faz nova acusação contra Suu Kyi, que será investigada por suborno

Além de manter presos políticos, a junta que assumiu o controle do país após o golpe têm reprimido violentamente os protestos civis e feito ataques aos veículos de imprensa

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2021 13h43 - Atualizado em 11/03/2021 13h55
EFE/EPA/STRINGER Monges budistas protestam contra o golpe militar em Myanmar Monges budistas protestam contra o golpe militar em Myanmar

O Exército de Myanmar anunciou novas acusações contra a líder da Liga Nacional pela Democracia, Aung San Suu Kyi. Dessa vez, ela está sendo apontada por supostamente ter recebido US$ 600 mil em subornos, além de 11,2 quilos de ouro. “A comissão anticorrupção iniciou uma investigação”, afirmou o secretário de comunicação da junta militar, Zaw Min Tun, nesta quinta-feira, 11. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Suu Kyi está detida desde o dia do golpe militar e já foi acusada de ter importado walkie-talkies ilegalmente, de não ter respeitado as restrições para conter a Covid-19 e ter incitado a “desordem pública”. A próxima audiência do seu julgamento deve acontecer no dia 15 de março.

Paralelamente, os militares que assumiram o controle do Myanmar têm feito ataques cada vez mais recorrentes contra a imprensa. Nesta terça-feira, 9, soldados invadiram a sede da Kamayut Media em Rangum, a antiga capital e a cidade mais populosa do país, e prenderam seu cofundador, Han Thar Nyein, e o editor-chefe, Nathan Maung. Os militares também forçaram a entrada no escritório da “Mizzima”, um dos cinco veículos de comunicação cuja licença para publicar e transmitir já tinha sido cancelada nesta segunda-feira, 8, assim como a do portal Myanmar Now. “Estes meios de comunicação revelam a verdadeira brutalidade da junta militar, sua opressão tem como objetivo esconder as violações dos direitos humanos”, denunciou a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP).

*Com informações da EFE

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