Exilada, ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, quebra silêncio e acusa EUA por queda do governo

A chamada “dama de ferro” do país também lamentou a suposta morte de vários líderes da Liga Awami e o assédio de seus partidários após sua renúncia

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2024 07h35 - Atualizado em 11/08/2024 07h41
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EFE/EPA/XINHUA / RAO AIMIN O primeiro-ministro chinês, Li Qiang (R), conversa com a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, no Grande Salão do Povo em Pequim, China, em 10 de julho de 2024. Enquanto Hasina está em Nova Délhi, Bangladesh tem um novo governo interino liderado pelo ganhador do Prêmio Nobel Muhammad Yunus

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, acusou neste domingo (11) o governo dos Estados Unidos de estar por trás das manifestações em massa que a forçaram a deixar o poder após semanas de violência e a mantiveram no exílio na vizinha Índia. “Eu poderia ter permanecido no poder se tivesse deixado a ilha de Saint Martin e a baía de Bengala para os Estados Unidos”, declarou Hasina em uma mensagem transmitida aos seus apoiadores do partido Liga Awami e republicada por vários veículos de comunicação indianos, incluindo “The Print”. O comentário da líder tem como pano de fundo as relações tensas com os EUA e os supostos planos de estabelecer uma base aérea na baía de Bengala feitos por Hasina recentemente, de acordo com o jornal.

Essa é a primeira mensagem desde sua renúncia, após semanas de protestos e mais de 400 mortes. Hasina também disse que renunciou “para não testemunhar o número de mortos que os radicais queriam alcançar por meio da violência”. “Eles queriam ganhar o poder sobre os cadáveres dos estudantes, mas eu não permiti isso ao renunciar. Eu poderia ter permanecido no poder abrindo mão da soberania sobre a ilha de Saint Martin, permitindo que os EUA controlassem a baía de Bengala. Peço aos meus compatriotas que não se deixem enganar pelos radicais”, relata “The Economic Times”.

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A chamada “dama de ferro” de Bangladesh também lamentou a suposta morte de vários líderes da Liga Awami e o assédio de seus partidários após sua renúncia. “A Liga Awami tem me defendido repetidas vezes. Orarei para sempre pelo futuro de Bangladesh, a nação pela qual meu pai lutou e o país pelo qual minha família deu a vida”, acrescentou. Hasina renunciou e fugiu do país no dia 5 deste mês, após semanas de protestos em Bangladesh, que começaram como um movimento estudantil contra um sistema de cotas para empregos públicos considerado discriminatório pelos manifestantes.

No entanto, a espiral de violência causada por uma repressão policial apoiada por apoiadores da Liga Awami e a resposta dos estudantes se transformou em um movimento de massa que deixou mais de 400 pessoas mortas e derrubou o governo. Enquanto Hasina está em Nova Délhi, Bangladesh tem um novo governo interino liderado pelo ganhador do Prêmio Nobel Muhammad Yunus, cujo desafio é restaurar a estabilidade no país asiático marcado pela revolta e pelos 15 anos de governo de Hasina.

*Com informações dã EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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