Presidente do Supremo Tribunal de Bangladesh renuncia após ultimato de estudantes

Centenas de estudantes se concentraram neste sábado (10), na porta da sede do mais alto tribunal para dar um ultimato aos juízes

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2024 08h50
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LUIS TATO / AFP Estudantes entoam slogans enquanto protestam para exigir a demissão do presidente do Supremo Tribunal do Bangladesh, Obaidul Hassan, em frente ao Supremo Tribunal em Dhaka, em 10 de agosto de 2024. O presidente do tribunal superior de Bangladesh disse em 10 de agosto que concordou em renunciar Manifestação ocorreu neste sábado (10)

O presidente do Supremo Tribunal de Bangladesh renunciou neste sábado (10), após uma multidão de estudantes exigir durante protestos a saída do mais alto juiz do país, imerso em uma crise institucional após a renúncia da primeira-ministra Sheikh Hasina. “O nosso presidente do Supremo Tribunal se demitiu. Sua carta de demissão já chegou ao Ministério da Justiça. Vamos enviá-la ao presidente sem demora”, disse em um vídeo publicado em sua conta no Facebook o assessor responsável pelo Ministério da Justiça do governo interino, Asif Nazrul. “Esperamos que seja processado muito rapidamente, em poucas horas”, acrescentou.

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Centenas de estudantes se concentraram neste sábado (10), na porta da sede do mais alto tribunal para dar um ultimato aos juízes, a quem acusam de tentar um golpe judicial para restaurar a ex-premiê de Bangladesh, que controlou o poder de uma forma autoritária por 15 anos.

“Existem algumas formalidades para a renúncia. Assim que as tiver concluído, enviarei a minha carta de demissão ao presidente Mohammed Shahabuddin esta tarde”, disse o juiz Obaidul Hassan, acrescentando que sua demissão é para o benefício de todos os membros da corte.

Questionado sobre se outros juízes do Supremo Tribunal também renunciariam, o presidente judicial respondeu: “Essa seria a decisão dele”, noticia o jornal bangladeshiano “Daily Star”.

Segundo os manifestantes, Hassan representa a influência da mandatária forçada a renunciar na última segunda, após semanas de protestos antigovernamentais, que foram fortemente reprimidos e levaram a confrontos que deixaram ao menos 400 mortos.  “Já tínhamos pedido anteriormente a demissão do presidente do Supremo Tribunal. Se ele se posicionar contra os estudantes e o povo e os provocar, terá de enfrentar consequências terríveis”, disse o coordenador do movimento estudantil anti-discriminação, Abdul Hannan Masood.

O regresso às ruas, depois de dias de aparente calma e da nomeação de um governo interino, deve-se ao fato de que “os juízes de Hasina quererem dar hoje um golpe judicial, dando a impressão de que ela não tinha renunciado”, disse o manifestante Sabit Hasan, estudante do Notre Dame College, em Daca. “Esses juízes tendenciosos devem renunciar. Enquanto não renunciarem, continuaremos protestando”, acrescentou.

Os protestos de hoje ocorrem após o filho da ex-premiê, conhecida como a ‘dama de ferro’ de Bangladesh, Sajeeb Wazed, ter garantido que Hasina não se demitiu formalmente, e sugerido seu possível regresso ao país.

Embora o Supremo Tribunal tenha validado hoje o governo interino do país, liderado pelo vencedor do Prêmio Nobel Muhammad Yunus, que tomou posse na última quinta, cumprindo a exigência dos estudantes, o tribunal convocou uma reunião plenária dos juízes que os manifestantes interpretaram como irregular.

*Com informações da EFE

publicado por Tamyres Sbrile

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