Filho de Biden reconhece “falta de critério” ao decidir trabalhar na Ucrânia
Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joseph Biden, também se comprometeu a não ocupar cargos em empresas no exterior em um eventual governo de seu pai
Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente dos Estados Unidos e atual pré-candidato democrata à presidência Joseph Biden, reconheceu nesta terça-feira (15) que houve “falta de critério” quando aceitou trabalhar para uma empresa de gás natural ucraniana enquanto o pai atuava como mediador durante o conflito pela península da Crimeia.
“Olhando para trás, acredito que houve falta de critério da minha parte. Sei que não fiz nada ruim, mas houve falta de critério ao me colocar no meio de algo que é um terreno pantanoso”, disse Hunter em entrevista à rede de televisão ABC.
O filho de Biden lamentou “ter dado material a algumas pessoas pouco éticas para que atuassem de maneira ilegal para tentarem prejudicar” o seu pai.
“Foi aí que cometi o erro. Então, assumo toda a responsabilidade. Fiz algo incorreto? Não, de maneira nenhuma”, defendeu.
A entrevista foi a primeira aparição pública do filho de Biden depois de se tornar o centro da polêmica por ter integrado o conselho da Burisma, empresa ucraniana líder no mercado de gás natual desde 2002.
Em setembro, foi noticiado que o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao mandatário ucraniano, Vladimir Zelenski, que averiguasse a atuação dos Biden na Ucrânia. O pedido motivou os democratas a iniciarem uma investigação para abrir um processo de impeachment contra Trump.
Em uma ligação telefônica com Zelenski, Trump queria que a Ucrânia verificasse o fato de Hunter Biden ter assumido, em 2014, um cargo no conselho de administração da então maior companhia privada de gás natural do país, com um salário superior a US$ 50 mil ao mês, enquanto o pai intermediava o conflito na Crimeia como vice-presidente dos EUA.
Em meio à polêmica, Hunter Biden se comprometeu a deixar de trabalhar para empresas estrangeiras caso o pai seja eleito presidente nas eleições de 2020.
“Hunter assume o seguinte compromisso: sob um governo de Biden, Hunter cumprirá facilmente todas as pautas ou normas que um (hipotético) presidente Biden possa emitir para abordar supostos conflitos de interesses ou o surgimento de tais conflitos, incluindo as restrições relacionadas a interesses comerciais no exterior”, afirmou no fim de semana passado o seu advogado, George Mesires.
De acordo com o advogado, o filho de Biden também renunciará a um cargo de direção que ocupa atualmente em uma empresa chinesa.
*Com informações da EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.