França prende 27 pessoas por mensagens de ódio em redes sociais

As detenções são um reflexo da morte do professor Samuel Paty, que foi decapitado depois da criação de uma campanha virtual contra ele por mostrar aos alunos charges com o profeta Maomé

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2020 10h52
Eliot Blondet/ABACAPRESS.COM/via REUTERS Em coletiva de imprensa, Jean Castex prometeu criar uma divisão especializada em monitorar redes sociais

Nesta sexta-feira (23), o primeiro-ministro da França, Jean Castex, afirmou que 27 pessoas foram presas por todo o país depois de publicarem mensagens de ódio em suas redes sociais. Em entrevista coletiva, o chefe do governo explicou que as detenções foram realizadas graças à plataforma Pharos, criada para reunir denúncias de mensagens ilícitas na internet. Nos últimos sete dias, o portal recebeu 1.279 novas notificações e ainda estão previstas 123 operações na casa de suspeitos.

O anúncio foi feito uma semana depois do assassinato do professor de história e geografia Samuel Paty, decapitado por exibir charges do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão. As investigações que estão sendo realizadas pelo Ministério Público Antiterrorista indicam que a execução está diretamente relacionada com com uma campanha lançada nas redes sociais contra o docente. O autor do crime, um refugiado russo de origem chechena, foi morto pelos policiais.

Castex afirmou que pretende reforçar o projeto de lei que pode punir quem divulgar informações na internet que possam colocar uma pessoa em perigo, além de criar uma divisão especializada no monitoramento das redes sociais e aumentar os recursos destinados à plataforma Pharos. Por fim, ele prometeu uma maior proteção aos funcionários públicos que sofrem pressões, como aconteceu com Paty.

*Com informações da EFE

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