França responde ato de terrorismo com prisões e expulsões do país

Pelo menos 15 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento na decapitação do professor Samuel Paty; governo também pretende dissolver grupos e expulsar radicais islâmicos

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2020 16h50
Nicolas Portnoi / Hans Lucas / via REUTERS Na França, manifestante segura bandeira pedindo pela liberdade de expressão

Fontes ligadas à Promotoria Nacional Antiterrorismo da França informaram que, deste a última sexta-feira (16), 15 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento na decapitação de Samuel Paty nos arredores de Paris. A maioria deles são parentes do terrorista Abdoullakh Anzorov, incluindo os pais, o avô e um irmão mais novo, presos a cerca de 80 quilômetros do local do crime. Outros quatro são estudantes, suspeitos de terem ajudado o assassino a identificar a vítima em trocas de centenas de euros.

O pai de um aluno, que iniciou uma campanha contra o professor nas redes sociais depois que ele mostrou caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão, também foi preso em conjunto com o pregador islâmico Abdelhakim Sefraoui, que estava em contato com ele. Por fim, foi confirmada a detenção de uma pessoa que já foi ligada a movimentos terroristas no passado. Esse indivíduo teria se apresentado à polícia voluntariamente, afirmando ter estado em contato com o assassino antes do crime.

No domingo (18), o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, já havia anunciado que chefes regionais da polícia seriam instruídos a expulsarem mais de 200 estrangeiros que moram ilegalmente na França e estão sendo monitorados por sua radicalização islâmica. Nesta segunda-feira (19), ele acrescentou que serão realizadas operações policiais contra dezenas de pessoas que teriam postado mensagens de apoio ao atentado nas redes sociais. Além disso, serão feitas visitas a associações ligadas ao fundamentalismo islâmico, sendo que algumas delas podem ser dissolvidas pelo Conselho de Ministros. Ao abordar esse assunto, Darmanin citou particularmente o Comitê contra a Islamofobia (CCI), organização que há tempos está na mira da justiça.

No mesmo dia, o primeiro-ministro Jean Castex afirmou outras medidas serão implementadas para combater a disseminação de mensagens de ódio na internet e reforçar a vigilância dos serviços de inteligência nas redes sociais. Enquanto isso o presidente da França, Emmanuel Macron, se reunia com a família do professor Samuel Paty, a quem será feita uma homenagem nacional na próxima quarta-feira (21).

*Com informações da EFE

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