Governo argentino afirma que cortará benefício social de quem bloquear ruas

Chamados ‘piqueteiros’ prometeram bloquear ruas no país em protesto contra medidas anunciadas pelo governo Milei

  • Por Jovem Pan
  • 18/12/2023 23h40
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JUAN MABROMATA/AFP O novo presidente da Argentina, Javier Milei, chega acompanhado de sua vice-presidente Victoria Villarruel e membros de seu gabinete para participar de uma cerimônia inter-religiosa na Catedral Metropolitana, perto do palácio do governo Casa Rosada Javier Milei e sua equipe de ministros tomaram posse no dia 10 de dezembro

A ministra da pasta de Capital Humano do governo Javier Milei, Sandra Pettovello, anunciou por meio de um vídeo nesta segunda-feira, 18, que ‘piqueteiros’ – ou seja, manifestantes – que bloquearem as ruas da Argentina em protestos contra as medidas anunciadas pelo presidente deixarão de receber recursos de programas de assistência social. “Manifestar-se é um direito, mas circular livremente pelo território argentino para se dirigir ao local de trabalho também é. […] Os únicos que não receberão o benefício são aqueles que participarem de marchas”, afirmou.

A fala se dá dois dias antes da realização da manifestação em memória das pessoas mortas nos protestos de 19 e 20 de dezembro de 2001, época em que a Argentina viveu sua pior crise econômica, polícia e social. O ato tradicional é realizado todos os anos. O bloqueio de dinheiro de assistência social é uma das medidas do recém-empossado presidente para conter possíveis manifestações.

Além de Pettovello, a ministra da Segurança e ex-candidata à presidência da Argentina, Patricia Bullrich, também apresentou nos últimos dias um protocolo “anti-piquetes”, que autoriza o uso de forças como Exército e Marinha para conter os manifestantes. Por meio do X (antigo Twitter), o dirigente da Frente da Luta Piqueteira e um dos principais organizadores da manifestação que está planejada para ocorrer no próximo dia 20, Eduardo Belliboni, disse que “as ameaças de Pettovello se somam às de Bullrich, contra o direito de protestar. Querem um ajuste brutal contra o povo e querem reprimir os que se queixam. Com uma inflação de 60% ao mês o plano desaparecerá em dois meses. No dia 20 estaremos todos nas ruas”.

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