Hamas adverte que “Jerusalém é uma linha vermelha” e promete resistência
O vice-líder do movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza, Khalil al Hayya, advertiu nesta segunda-feira (14) que “Jerusalém é uma linha vermelha” e que “a resistência continua”, após uma jornada de protestos no território palestino contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, na qual 52 palestinos morreram e 2 mil ficaram feridos.
“Hoje, nossa gente é mais forte do que antes. Todo o respeito aos que derramaram seu sangue contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos”, declarou Hayya em entrevista coletiva em Gaza.
O dirigente islamita garantiu que o inimigo (Israel) não entende “a resistência popular e as atividades pacifistas” dessas manifestações, que foram qualificadas pelo exército israelense como “distúrbios violentos”, e acusa o Hamas de “cometer ataques terroristas”.
“Nossa gente rejeita com seu sangue o crime da mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém”, afirmou Hayya, que considerou a decisão do presidente americano Donald Trump de “inaceitável”.
Os islamitas apostam na união nacional e pela continuidade das manifestações, mas declararam um dia de luto para amanhã, que coincide com a comemoração do Dia da Nakba (catástrofe, em tradução do árabe), que representou a fundação do Estado de Israel para os palestinos, pelas mortes de hoje causadas pelo exército israelense.
“Nossa gente, que viveu amargamente a vida durante 70 anos, não permanecerá em silêncio e não retrocederá até conseguir retornar, derrotar a ocupação e estabelecer o seu Estado palestino independente com Jerusalém como sua capital”, defendeu o líder islamita, que também pediu aos países árabes que não fizessem do inimigo (Israel) “um amigo da região”.
Mais de 40 mil palestinos participaram hoje na Grande Marcha do Retorno de Gaza, que vem sendo realizada desde 30 de março na fronteira com Israel, e que hoje coincidiu com a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, em protesto pela mudança da representação diplomática, que representa o reconhecimento ‘de facto’ da cidade como capital israelense.
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