Holanda identificou variante Ômicron uma semana antes de alerta da África do Sul

Amostras ‘suspeitas’ coletadas entre os dias 19 e 23 de novembro no país europeu foram analisadas porque tinham anomalia na proteína spike

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2021 15h56
EFE/EPA/REMKO DE WAAL pessoas sendo testadas em aeroporto na holanda Holanda confirmou casos da nova variante antes da África do Sul

O Instituto de Saúde Pública (RIVM) da Holanda afirmou nesta terça-feira, 30, que duas amostras coletadas para exames de PCR nos dias 19 e 23 de novembro consideradas “suspeitas” porque apresentavam uma anomalia na proteína spike do Sars-CoV-2 eram, na verdade, da variante Ômicron, detectada e anunciada pela África do Sul em 25 de novembro. Com isso, o país europeu se torna o local com o primeiro caso registrado da nova cepa, tendo casos uma semana antes da África do Sul ter soado o alarme. Os serviços municipais de saúde (GGD) investigam agora fontes e contatos dos dois casos para determinar se as duas infecções estão ligadas e se as pessoas envolvidas estiveram na África do Sul, embora os laboratórios que descobriram estes dois casos estejam agora analisando o material de testes positivos coletados nos últimos três meses.

Uma destas pessoas não tinha viajado para o sul da África, por isso “provavelmente contraiu o vírus na Holanda”, segundo Chantal Reusken, virologista do RIVM. Independentemente da origem desta nova variante do Sars-CoV-2, o receio agora é que a variante ômicron esteja circulando na Holanda há muito tempo, muito antes de a África do Sul ter lançado o alarme na quinta-feira passada. Na sexta-feira, 26, a Holanda anunciou a suspensão dos voos de vários países do sul da África por receio da variante, embora houvesse dois voos de Johanesburgo e da Cidade do Cabo a caminho no momento do anúncio.

Os 624 passageiros a bordo dos dois aviões foram retidos no aeroporto de Schiphol, em Amesterdã, e testados, uma vez que viajavam segundo regras que se aplicavam antes de a região africana começar a ser considerada uma “zona de alto risco”. Ao todo, 61 pessoas testaram positivo para o coronavírus e, em mais testes no sábado e no domingo, o RIVM confirmou que 14 das infecções são da variante ômicron. Antes de a existência da ômicron se tornar conhecida, a Holanda já lidava com um forte aumento das infecções com a variante delta e um aumento da pressão hospitalar, o que levou à introdução de um “bloqueio noturno” no país, com o fechamento de toda atividade não essencial a partir das 17h todos os dias.

*Com informações da EFE

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