Impeachment de Trump será entregue ao Senado na segunda-feira

Contrariando o desejo dos republicanos de dar mais tempo de preparo para o ex-presidente, líder democrata anunciou que processo começará na próxima semana

  • Por Bárbara Ligero
  • 22/01/2021 13h25 - Atualizado em 22/01/2021 13h28
EFE/Giorgio Viera Trump deixou a Casa Branca na última quarta-feira, 20, sem participar da posse de Biden

O julgamento do impeachment do ex-presidente Donald Trump, que está sendo acusado de “incitação à insurreição”, deve começar na próxima segunda-feira, 25, de acordo com o líder democrata do Senado, Chuck Schumer. Dessa forma, no início da próxima semana a Câmara dos Deputados entregará o processo ao Senado dos Estados Unidos, dando início assim ao julgamento. O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, desejava que o impeachment fosse postergado em uma semana para que o ex-presidente tivesse mais tempo para preparar a sua defesa, mas a emissora de televisão norte-americana NBC News indica que não é isso que irá acontecer. A questão também dividia os membros do Partido Democrata. Enquanto alguns desejavam que o impeachment de Trump começasse o quanto antes, outros defendiam que isso acabaria atrasando ações importantes dos primeiros dias do mandato de Joe Biden.

Após a entrega do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados para o Senado, o ex-presidente terá duas semanas para apresentar sua defesa, ou seja, até o dia 8 de fevereiro. O advogado Butch Bowers já foi contratado para representá-lo no processo. Para que Trump seja condenado, dois terços da Casa deve votar a favor da acusação. Como atualmente o Senado está dividido igualmente entre o Partido Democrata e o Partido Republicano, bastariam que 17 republicanos rompessem com o ex-presidente, coisa que alguns já sinalizaram que pretendem fazer. Na votação da Câmara dos Deputados, por exemplo, 10 republicanos se voltaram contra Trump, acusado de ter incentivado seus apoiadores a “marcharem” rumo ao Capitólio no último dia 6.

Além de ter um forte valor simbólico, o impeachment pode fazer com que o republicano seja destituído do direito de receber os benefícios concedidos aos ex-presidentes dos Estados Unidos, incluindo pensão, seguro de saúde, equipe de segurança e um orçamento de US$ 1 milhão para viagens. Além disso, após o julgamento, uma votação adicional do Senado também pode tornar Trump inelegível. No artigo de impeachment é citada a 14ª Emenda Constitucional, que proíbe qualquer pessoa que tenha “se envolvido em uma insurreição ou rebelião” contra os Estados Unidos a exercer “qualquer cargo” político no futuro.

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