Israel admite que provavelmente matou ativista americana ‘sem querer’ na Cisjordânia

Já no mesmo dia do acontecimento, os militares afirmaram ter aberto fogo para mitigar a ameaça de ‘um instigador’ que atirava pedras contra os soldados, algo que várias testemunhas refutaram

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2024 11h56
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EFE/Exército de Israel JERUSALÉM, 25/08/2024.- .- Israel ordenou esta tarde a evacuação de parte do norte da Centenas de pessoas participaram ontem em uma marcha fúnebre em homenagem à ativista em Nablus

O Exército de Israel reconheceu nesta terça-feira (10) que suas forças provavelmente mataram “sem querer” a ativista turco-americana Aysenur Ezgi Eygi durante um protesto perto da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada. Depois de realizar uma investigação sobre os acontecimentos, o Exército israelense garantiu que “é altamente provável que ela tenha sido atingida sem querer por fogo israelense que não foi dirigido contra ela”, mas sim contra um suposto instigador em uma manifestação que descreveu como “distúrbio”.

Israel não deu mais detalhes sobre quem foi o alvo do seu ataque, ocorrido durante uma marcha semanal organizada pelo Movimento de Solidariedade Internacional (ISM) contra a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia que, segundo testemunhas, ocorria de forma pacífica. No sábado, o governador de Nablus, Ghassan Daghlas, garantiu que a autópsia realizada na ativista confirmou que ela morreu devido a um tiro na cabeça disparado por um soldado israelense. As autoridades israelenses solicitaram hoje a realização da sua própria autópsia no corpo da jovem.

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“O Exército expressa o seu mais sincero pesar pela morte de Aysenur Ezgi Eygi”, acrescentaram as Forças Armadas israelenses. Jonathan Pollak, um veterano ativista israelense que participou no protesto em que a jovem morreu, disse que os soldados permaneceram posicionados em uma colina a mais de 200 metros dos manifestantes, de onde tinham “uma linha de visão clara” sobre contra quem estavam disparando. “Sabemos que estas investigações são um mecanismo para garantir a impunidade (das forças israelenses)”, criticou o ativista sobre as investigações anunciadas pelo Exército após o incidente.

Já no mesmo dia do acontecimento, os militares afirmaram ter aberto fogo para mitigar a ameaça de “um instigador” que atirava pedras contra os soldados, algo que várias testemunhas refutaram. Centenas de pessoas participaram ontem em uma marcha fúnebre em homenagem à ativista em Nablus. Com o corpo envolto em uma bandeira palestina e o rosto rodeado por uma kufiya, a ativista de 26 anos foi transportada em uma maca, primeiro por guardas de honra com uniformes verdes e depois pelos seus amigos mais próximos

*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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