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Israel cancela viagem aos EUA após país recuar na ONU e ressalta: ‘Guerra só acaba quando reféns forem libertados’ 

Tel Aviv (Israel), 18/10/2023.- O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante uma coletiva de imprensa conjunta em Tel Aviv, Israel, nesta quarta-feira. Presidente Biden prometeu apoio dos EUA a Israel e afirmou que ataque noturno a hospital na Faixa de Gaza ‘parece’ ter sido provocado ‘pela outra equipe’

A abstenção dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), permitiu que, após quase seis meses do começo da guerra entre Israel e Hamas, fosse aprovado uma resolução que pede um cessar-fogo imediato em Gaza, que já contabiliza mais de 32 mil mortos, segundo o último balanço. Contudo, esse posicionamento, que mostrou um distanciamento dos norte-americanos com os israelenses, não foi bem aceito pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que cancelou a viagem de seus assessores para os Estados Unidos. “Os EUA não vetaram hoje o novo texto que pedia um cessar-fogo sem a condição de libertar os reféns. Essa é uma clara reversão de sua posição consistente no Conselho de Segurança desde o início da guerra”, lamentou em comunicado o Gabinete do premiê israelense.

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A viagem estava prevista para acontecer nesta semana, e tinha como objetivo debater proposta de ampliação de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e encontrar alternativas para uma operação terrestre em Rafah, da qual os norte-americanos têm avisado há tempos que se Israel continuar com o plano de invasão terrestre, será um grande erro. Estavam previstos para viajar o conselheiro de Segurança Nacional israelense, Tzachi Hanegbi, e o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer – do círculo íntimo de Netanyahu. No domingo, 24, Israel já tinha informado que caso os EUA recuassem de sua “posição de princípios”, Israel não enviaria sua delegação a Washington. Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, os EUA têm o direito de veto, mas com a abstenção, a resolução foi aprovada.

A Casa Branca se declarou “perplexa” pela decisão de Israel de cancelar a visita de sua delegação. “Estamos realmente perplexos”, declarou à imprensa o porta-voz John Kirby, ao apontar que “parece que o gabinete do primeiro-ministro tenta transmitir a sensação de que há um desacordo, quando eles não precisam disso”. Além disso, reiterou que “não há uma mudança na posição” dos Estados Unidos com a abstenção no Conselho de Segurança da ONU, que aprovou uma resolução para um cessar-fogo imediato em Gaza. A incursão terrestre em Rafah é um dos principais pontos de atrito entre EUA e Israel, já que Netanyahu a considera essencial para derrotar os quatro batalhões remanescentes do Hamas e vencer a guerra. O governo de Joe Biden a considera uma “linha vermelha” porque 1,4 milhão de pessoas deslocadas, mais da metade da população do território palestino, estão na cidade mais ao sul do enclave.

A resolução aprovada nesta segunda foi adotada com 14 votos a favor e uma abstenção, a dos EUA, e quando foi aprovada arrancou aplausos do plenário, algo que raramente acontece, já que até agora o país havia vetado todas as resoluções apresentadas nesse sentido. Na sexta-feira passada, o Conselho de Segurança da ONU votou uma resolução que pedia um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza, apresentada pela primeira vez pelos EUA, depois deste país ter vetado três vezes resoluções nesse sentido, embora desta vez a iniciativa tenha sido rejeitada por China e Rússia por causa do “vocabulário enganoso”. Os dois países consideraram que o pedido de cessar-fogo não era claro.

Apesar de esperança, ainda é incerto se falar como a aprovação da resolução se saíram na guerra, porque, como voltou a informar o ministro de Defesa de Israel, Yoav Gallant, Israel não encerrará guerra contra o Hamas até que o grupo islamista palestino liberte os reféns. “Não temos direito moral de parar a guerra enquanto ainda houver reféns em Gaza”, afirmou Gallant antes de se reunir com o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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