Itália impõe nova quarentena um ano após colapso pela Covid-19
Medida vale para cerca de 2/3 do país — todas as regiões com mais de 250 casos por 100 mil habitantes
A Itália impôs uma nova quarentena em 2/3 do país um ano após o primeiro lockdown em decorrência da Covid-19. As novas restrições começam a valer na segunda-feira, 15, e vão valer até o dia 6 de abril. O objetivo é tentar conter a piora dos casos na região, que foi uma das mais afetadas da Europa. O governo italiano aprovou um decreto nesta sexta-feira, 12, após alta de cerca de 10% nas infecções. Todas as regiões com mais de 250 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes serão classificadas automaticamente como zona vermelha, de alto risco.
Segundo os dados atuais, 14 das 20 regiões italianas se enquadram na determinação. É o caso, por exemplo, da Lombardia — que chegou a ser epicentro da pandemia em meados de 2020. Nesta fase, bares e restaurantes devem ficar fechados. Escolas e negócios não essenciais também. As pessoas também devem permanecer em casa. Durante o feriado de Páscoa, de 3 a 5 de abril, todo o país entra na classificação mais rígida na tentativa de conter aglomerações e viagens inter-regionais — as únicas exceções são regiões com risco mínimo de contágio.
Durante os três dias, italianos só poderão sair para trabalhar ou para ir ao hospital. A missa de Páscoa, no no Vaticano, deve acontecer mais cedo para que todos estejam em casa antes do toque de recolher às 22h. A quantidade de pessoas na igreja será limitada Um dos motivos que pode ter ajudado na alta dos casos, está a variante britânica — a B117, que pode ser 64% mais letal que as primeiras formas do vírus. A Itália tem hoje 3.149.017 casos da Covid-19 e 101.184 mortes pela doença. A União Europeia enfrenta dificuldades na vacinação, ainda que tenha manifestado interesse por diversos imunizantes no ano passado.
O bloco já sabe que a AstraZeneca dificilmente vai cumprir a meta estabelecida para este trimestre. O laboratório anglo-sueco deveria entregar 100 milhões de doses para os europeus até o final deste mês. O compromisso foi revisto para 40 milhões de doses no início do ano e mesmo assim também não deverá ser cumprido. Bruxelas tentou um plano de adquirir doses que estão sendo produzidas nos Estados Unidos para amenizar a situação — mas não deu certo. A AstraZeneca tem fábricas na União Europeia, mas problemas na linha de produção têm atrasado as entregas para o bloco. Para piorar ainda mais o cenário, nove países do continente decidiram suspender de forma provisória o uso da vacina de Oxford — entre eles a Itália, que suspendeu a aplicação de um lote específico.
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