Judeus ultraortodoxos fogem de convocação do Exército e perdem subsídios estatais

Expirou, em abril, regra temporária que permitia manter a isenção militar dos haredim (termo em hebraico para judeus ultraortodoxos), que desde a fundação do Estado de Israel evitam o serviço militar obrigatório

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2024 08h25
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OREN ZIV/AFP ISRAEL ORTODOXOS Mais de 67 mil homens haredim elegíveis (o equivalente a cinco divisões militares) enfrentam a obrigação de uma entrada gradual nas Forças Armadas

A procuradora-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, ordenou neste domingo (11) ao Ministério do Trabalho que suspenda os subsídios para creches de judeus ultraortodoxos que não cumpram as ordens de recrutamento do Exército. Em carta divulgada pela imprensa israelense, a procuradora-geral declarou que “não há justificativa para financiar creches como incentivo para que os designados para o serviço militar estudem a Torá”, o livro sagrado do judaísmo. A notícia é divulgada depois de o Exército israelense ter começado a emitir ordens de recrutamento a cerca de 900 judeus ultraortodoxos, depois de uma decisão do Supremo Tribunal do país ter anulado a isenção que os manteve fora das Forças Armadas durante décadas.

Dos 900 notificados na semana passada, apenas 48 compareceram ao escritório de recrutamento, em meio a fortes protestos que culminaram na invasão do centro de alistamento militar de Tel Hashomer, nos arredores de Tel Aviv, por vários jovens ultraortodoxos na semana passada. Um dos ministros ultraortodoxos do governo israelense, membro do partido Judaísmo Unido da Torá (fundamental para a coligação governamental de Benjamin Netanyahu), acusou Baharav-Miara de querer “matar de fome” os filhos dos ultraortodoxos por razões políticas, em comunicado divulgado pelo jornal “The Times of Israel”.

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“A decisão da procuradora-geral revela a verdade: eles não estão interessados ​​nas necessidades do Exército, apenas na perseguição obsessiva do mundo da Torá e da família ultraortodoxa”, disse Meir Porush, ministro dos Assuntos de Jerusalém. No início de abril, expirou uma regra temporária que permitia manter a isenção militar dos haredim (termo em hebraico para judeus ultraortodoxos), que desde a fundação do Estado de Israel evitam o serviço obrigatório. Depois de meses de controvérsia sobre se a medida permaneceria ou não em vigor, o Supremo Tribunal de Israel decidiu que “não há base legal para excluir homens ultraortodoxos do recrutamento” e que, se não servirem no Exército, não deverão receber subsídios educacionais e de assistência social financiados com fundos públicos.

Depois da guerra na Faixa de Gaza ter levado à mobilização massiva de cerca de 300 mil reservistas, também para batalhões tanto na fronteira norte com o Líbano como na Cisjordânia ocupada, muitos israelenses exigiram a Netanyahu que todos os jovens cumprissem seu dever militar. Agora, os 67 mil homens haredim elegíveis (o equivalente a cinco divisões militares) enfrentam a obrigação de uma entrada gradual nas Forças Armadas.

*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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