Justiça britânica nega pedido de extradição de Assange para os EUA
Juíza considerou “provado” que o australiano está em risco de suicídio e poderia tirar sua própria vida se fosse processado nos EUA
O tribunal britânico rejeitou nesta segunda-feira, 4, a extradição para os Estados Unidos do fundador do WikiLeaks, Julian Assange. Ele é acusado pelo país de suposta espionagem e invasão informática, com o argumento de que seria prejudicial à sua saúde mental. A juíza Vanessa Baraitser, na sua decisão no tribunal criminal de Old Bailey, em Londres, considerou “provado” que o australiano de 49 anos está em risco de suicídio e poderia tirar sua própria vida se fosse processado nos EUA — onde provavelmente seria detido em prisão preventiva. O Ministério Público britânico, representando a Justiça americana, já indicou que irá recorrer da decisão.
Portanto a juíza de primeira instância decidirá, na próxima quarta-feira, 6, se deixará Assange em prisão preventiva enquanto durar o novo processo legal ou o libertará. A Justiça britânica negou a extradição de Assange por motivos de saúde, após ter rejeitado previamente os demais argumentos apresentados pela defesa para justificar sua recusa de se entregar. A magistrada rejeitou a alegação dos advogados de Assange de que as acusações contra ele tinham “motivação política” e que ele não teria um julgamento justo naquele país.
Os Estados Unidos pretendem processar Assange por 17 crimes sob sua lei de espionagem e um sob a lei de fraude e abuso de computador — especialmente para a disseminação em 2010 e 2011 (embora agora estenda o período de 2007 a 2015) de registros militares e outros documentos confidenciais. As revelações no site WikiLeaks expuseram crimes de guerra dos EUA no Iraque e Afeganistão, arquivos sobre detenções extrajudiciais na prisão de Guantánamo (na ilha de Cuba) e telegramas diplomáticos que revelaram abusos de direitos humanos em todo o mundo.
*Com informações da EFE
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