Justiça condena apresentador que pediu para estuprador simular abusos em programa de TV na Costa do Marfim

Yves de Mbella não poderá deixar cidade na qual mora, vai pagar multa e foi suspenso do programa que conduzia em um canal nacional

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2021 17h09
NCI TV/Reprodução de vídeo Apresentador com homem condenado por estupro e manequim em palco de TV Homem levou condenado por estupro para simular ato de violência em programa ao vivo

Um apresentador de TV da Costa do Marfim foi condenado a um ano de prisão em regime aberto e a pagar uma multa no valor de 2 milhões de francos CFA (equivalente a R$ 18 mil) nesta quarta-feira, 1º, por levar um estuprador condenado pela Justiça até o seu programa e o convidar a reproduzir seu modus operandi em um manequim ao vivo em rede nacional. Yves de Mbella, host do La Télé d’Ici Vacances, já tinha recebido uma suspensão de 30 dias por parte da Alta Autoridade de Comunicação Audiovisual do país (HACA), que considerou o ocorrido como “uma validação da violação e atenta gravemente contra a dignidade da mulher, a moral e a sensibilidade dos jovens”. Na transmissão ao vivo, ele ajudou o ex-detento a ajustar o manequim no chão, pediu para ele explicar como ele selecionava as mulheres que atacava, perguntou “se elas gostavam” do assédio e se o suspeito preferia mulheres “magras ou gordas”.

Em conversa com a agência de notícia Reuters, um membro da Corte que condenou Mbella afirmou que o ex-preso que detalhou os estupros na transmissão também foi condenado a dois anos de prisão. Nenhum dos dois poderão deixar a capital comercial do país, Abidjã, no próximo ano. Antes de ser condenado, o apresentador usou as redes sociais para fazer pedidos de desculpas. “Eu sinceramente sinto muito por ter chocado tantas pessoas enquanto tentava conscientizar sobre o assunto. Cometi um erro. Também sinto muito por tudo que falei que machucou vocês ao longo do programa. Eu imploro pelo perdão de todas as vítimas de estupro”, declarou. Segundo ele, o ex-detento que foi chamado ao programa tniha sido solto há mais de 21 anos e foi chamado para falar sobre “mágoas na prisão” e “dar avisos” sobre o assunto.

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