Londres testará vacina em voluntários infectados propositalmente com coronavírus

De acordo com o estudo, um voluntário será inoculado com uma vacina e, um mês depois, receberá uma dose do SARS-CoV-2, vírus causador do novo coronavírus, mas sob estrita supervisão médica

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2020 10h23
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Tânia Rêgo/Agência Brasil vacina Londres testará vacina em voluntários

O Reino Unido realizará testes com voluntários saudáveis que serão propositalmente infectados com o novo coronavírus para verificar a eficácia das vacinas na experimentação, revelou nesta quinta-feira, 24, o jornal britânico “Financial Times” (FT). Esses estudos, financiados pelo governo britânico, começarão em janeiro de 2021 em uma instalação segura no leste de Londres, onde os voluntários permanecerão em quarentena, de acordo com o jornal econômico que conversou com fontes familiarizadas com o projeto. Os pesquisadores responsáveis por esses testes destacaram que eles desempenharão um papel vital na descoberta das melhores vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento.

De acordo com o estudo, um voluntário será inoculado com uma vacina e, um mês depois, receberá uma dose do SARS-CoV-2, vírus causador do novo coronavírus, mas sob estrita supervisão médica. Cerca de 2 mil pessoas já se inscreveram para participar desses testes no Reino Unido. O “FT” recorda que esses tipos de testes não são novos, já que em 1796, o médico Edward Jenner, chamado de “o pai da imunologia”, inoculou um menino de 8 anos com a vacina contra a varíola, que ele mesmo desenvolvera, enquanto que nos últimos anos esses testes têm sido usados para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos contra a cólera e malária.

Dominic Wilkinson, professor de ética médica da Universidade de Oxford, destacou que quando o mundo enfrenta “uma ameaça global sem precedentes como a Covid-19, é um imperativo ético realizar esses estudos controlados para ajudar a desenvolver uma vacina e então identificar a melhor das vacinas”. Os testes, no entanto, primeiro terão que ser liberados pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde.

*Com informações da Agência EFE

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