Macron acredita que reviver acordo nuclear com Irã ainda é ‘possível’
Acordo do país persa com países ocidentais foi assinado em 2015, mas deixou de ser válido quando o governo Donald Trump retirou os Estados Unidos
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse neste sábado, 23, que ainda é “possível” reviver o acordo nuclear de 2015 com o Irã, mas apenas se “intervirem o mais rápido possível”, após conversas com seu colega iraniano, Ebrahim Raisi. Macron também “expressou sua decepção” com a falta de progresso após a suspensão das negociações em Viena e enfatizou a necessidade de o Irã retornar ao acordo e cumprir seus compromissos nucleares, segundo comunicado da presidência francesa. As negociações em Viena entre o Irã e as principais potências, incluindo os Estados Unidos, para reviver o acordo, estão paralisadas desde março.
No final de junho, o Catar sediou conversas indiretas entre o Irã e os Estados Unidos – que se retiraram do acordo em 2018 – na esperança de retomar o processo de negociação, mas terminaram sem nenhum progresso. Durante a reunião de duas horas com Macron, “Raisi condenou as ações e posições não construtivas dos Estados Unidos e dos países europeus” sobre a questão nuclear, segundo a presidência iraniana. Desde abril de 2021, são realizadas negociações, sob os auspícios da União Europeia (UE), para reintegrar os Estados Unidos no acordo alcançado em 2015 em Viena entre o Irã e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China , Rússia, França e Reino Unido), além da Alemanha e da UE.
Os Estados Unidos se retiraram do pacto durante a presidência do republicano Donald Trump e reaplicaram sanções econômicas contra o Irã. Em resposta, Teerã foi ignorando progressivamente o cumprimento dos compromissos do acordo. Na semana passada, uma autoridade iraniana confirmou que seu país tinha”capacidade técnica para construir uma bomba nuclear”, embora tenha acrescentado que “não havia tomado a decisão de construí-la”. O Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que “não houve mudança” na política nuclear de Teerã, referindo-se a uma fatwa (decreto religioso) que proíbe “armas de destruição em massa”.
*Com informações da AFP
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