Manifestantes e polícia voltam a se enfrentar em Hong Kong

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2019 10h15 - Atualizado em 15/09/2019 10h24
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EFE Tropas de choque usaram gás lacrimogêneo e água com tinta azul contra a população

Milhares de pessoas desafiaram uma proibição policial e voltaram a protestar, pelo 15º final de semana consecutivo, nas ruas de Hong Kong neste domingo (15). Em um dos atos, que aconteceu em Causeway Bay, uma área comercial de Hong Kong, para comemorar o Dia Internacional da Democracia, manifestantes e policiais entraram em confronto.

Pequenos grupos, que usavam as já características roupas pretas do movimento contra o governo, utilizaram objetos como lixeiras e cones de trânsito para montar barricadas contra a polícia, que havia sido mobilizada em pontos estratégicos, como estações de metrô. Eles também jogaram ovos, tijolos e coquetéis molotov sobre barreiras de plástico e grupos de policiais em uma área próxima à sede do governo local.

Para barrá-los, cerca de uma hora depois do início, a tropa de choque disparou canhões de água com tinta azul, para marcar os envolvidos e evitar que fugissem, e bombas de gás lacrimogêneo. Em comunicado, a polícia de Hong Kong advertiu aos manifestantes que encerrassem “os atos ilegais” e abandonassem o local imediatamente devido a ações violentas que “representam uma grave ameaça para a segurança pública nos arredores”.

A ideia de realizar uma manifestação neste domingo foi da Frente de Direitos Humanos Civis, um grupo pró-democracia que esteve por trás de três grandes protestos ocorridos entre junho e agosto, cada um com mais de um milhão de pessoas. No entanto, a polícia se negou a aprovar o ato para o dia 15 de setembro porque não seria capaz de manter a ordem “se mais dois milhões de pessoas se juntassem à manifestação”.

Ao assumirem o risco de protestar sem autorização, os manifestantes podem ser acusados de reunião ilegal, que pode acarretar uma pena máxima de cinco anos de prisão na cidade autônoma.

Ajuda do Reino Unido

Outro grupo de milhares de pessoas se concentrou em frente ao consulado do Reino Unido para pedir que Londres, de quem Hong Kong era colônia, apoie e proteja os cidadãos da atual cidade autônoma e pressione a China por não cumprir o trato de “um país, dois sistemas”. Assim como no primeiro ato, eles pedem pela democracia e liberdade de quem mora no território.

Os manifestantes pediram que o governo britânico tome “medidas imediatas contra a China por não cumprir a Declaração Conjunta Sino-Britânica e reconhecer que a [fórmula] do sistema de ‘um país, dois sistemas’ não funciona” – foi sob o princípio de “um país, dois sistemas”, que a China prometeu manter as estruturas democráticas de Hong Kong durante 50 anos depois de recuperar a soberania sobre a ilha do Reino Unido em 1997.

No domingo passado (8), 250 mil pessoas protestaram diante do Consulado Geral dos Estados Unidos para pedir ao governo americano a aprovação de um projeto de lei que poderia impedir que as autoridades de Hong Kong e China suprimam os direitos humanos e a liberdade dos habitantes da região.

*Com informações das Agências EFE e Estado

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