Marcadas por protestos, eleições em Hong Kong tem participação recorde

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2019 13h38
EFE Desde antes da abertura das urnas, muitos faziam fila para estarem entre os primeiros a votar, algo insólito na cidade de cerca de 7,5 milhões de habitantes

Os cidadãos de Hong Kong foram às urnas neste domingo (24) em número recorde para uma eleição para os conselhos distritais que medirá o peso político do movimento pró-democracia após quase seis meses de protestos nas ruas nessa região administrativa especial da China.

Mais de 2,4 milhões de pessoas haviam votado até as 18h30 (horário local; 7h30 de Brasília), o maior número em um pleito na história de Hong Kong, superando a marca anterior, de 2,2 milhões nas eleições legislativas de 2016, um sinal de uma sociedade cada vez mais politizada.

Desde antes da abertura das urnas, muitos faziam fila para estarem entre os primeiros a votar, algo insólito na cidade de cerca de 7,5 milhões de habitantes, dos quais 4,1 milhões estavam registrados para votar, outro número recorde.

O dia das eleições, como nos anteriores, um clima de calma reinou na cidade, justamente para impedir que a violência servisse de pretexto para cancelar as eleições, algo que nenhuma das partes queria.

Desde o sábado (23), uma petição coletiva circulou nas redes sociais para convocar uma votação em massa logo de manhã, porque se algum episódio violento provocasse o fechamento das urnas depois das três primeiras horas, a eleição seria validada, e só seriam contabilizados os votos recebidos até aquele momento.

Em relação a 2015, 1 milhão de novos eleitores se inscreveram, sendo que 392,6 mil se habilitaram no último ano, coincidindo com os protestos, dos quais mais da metade tem de 18 a 20 anos.

Diante da situação excepcional vivida na cidade, pela primeira vez na história de Hong Kong a tropa de choque da polícia faz a segurança das urnas, e mais de 30 mil agentes da corporação estão de plantão.

Embora a onda de protestos tenha começado pacificamente em junho, muitos manifestantes estão agora mais radicais e violentos. A crise atingiu seu pior momento em um confronto com a polícia no último fim de semana.

Em quase seis meses de protestos, mais de 4,5 mil manifestantes foram presos, e duas pessoas morreram.

*Com informações da EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.