Maurício Macri nega ter enviado munição letal à Bolívia em 2019 e diz ser perseguido

Acusação foi feita na última quinta-feira pelo atual governo boliviano, que afirma que o ex-presidente argentino colaborou para a destituição de Evo Morales

  • Por Jovem Pan
  • 10/07/2021 17h23
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EFE/JuanJo Martín Maurício Macri de perfil sorrindo Maurício Macri afirmou ser perseguido pelo atual governo argentino, presidido por Alberto Fernández

O ex-presidente da Argentina Maurício Macri rebateu as acusações de que teria enviado “munição letal” à Bolívia para reprimir os protestos ocorridos em novembro de 2019 e que teria colaborado para a destituição de Evo Morales. A denúncia foi feita na última quinta-feira pelo governo boliviano. O ex-presidente argentino também disse que ele, sua família e colaboradores sofrem perseguição por parte do governo de Alberto Fernández, atual líder do país. Em entrevista à Agência EFE, Macri classificou como “disparate” a acusação de que apoiou um golpe de Estado contra Morales por supostamente ter enviado efetivos para proteger a embaixada argentina em La Paz “com materiais antidistúrbios, não bélicos”. “A União Europeia não aceita que foi um golpe de Estado, A Argentina, no meu governo, também não aceitou, mas o atual governo (de Fernández) sim, pois pertence ao Grupo de Puebla, que vê a realidade de um lugar bastante peculiar. E repito, os materiais que estão sendo comentados são antidistúrbios, não bélicos”, argumentou.

O ministro das Relações Exteriores boliviano, Rogelio Mayta, divulgou em entrevista coletiva uma carta do general Gonzalo Terceros, até então comandante da Força Aérea Boliviana (FAB) , dirigida ao então embaixador argentino em La Paz, Normando Álvarez. Na nota, Terceros agradece a Álvarez pela colaboração à FAB “como parte do apoio internacional” bilateral e detalha o fornecimento de “material bélico de agentes químicos” que inclui 40 mil cartuchos de balas de borracha, gás lacrimogêneo e granadas de gás. A nota coincidiu com a chegada a La Paz de um voo da Força Aérea Argentina que transportava efetivos para a proteção da embaixada argentina, onde estavam refugiados membros do governo de Evo Morales. Os efetivos argentinos chegaram em 13 de novembro de 2019, um dia após Jeanine Áñez ter assumido interinamente a presidência da Bolívia depois de Evo Morales deixar o poder em 10 de novembro, denunciando ser vítima de um golpe de Estado. Após a acusação da Bolívia, o atual presidente argentino, Alberto Fernández, pediu desculpas ao mandatário boliviano, Luis Arce, pelo ocorrido.

O ex-mandatário argentino afirmou que, horas depois da denúncia do governo boliviano, ficou sabendo por meio de um advogado sobre um “suposto brigadeiro que assinou a carta e que sua assinatura foi falsificada, a carta nunca existiu”. “Nosso embaixador na Bolívia disse que essa carta nunca existiu, então nada parece ser sério”, pontuou. De acordo com Macri, tudo faz parte de uma campanha de perseguição por parte do atual governo argentino. “Foram muitos ataques, isso mostra que estão em uma situação de fraqueza e preocupados com o resultado eleitoral certamente negativo que terão em novembro, quando elegeremos novos membros do Congresso”, opinou. Entre as supostas perseguições, Macri denunciou “causas judiciais, denúncias sem fundamento, agências estatais em inspeções sobre atividades próprias”, entre outros exemplos. “Há poucos dias, decretaram a falência de uma empresa da minha família da qual não participo, e sim meus irmãos, embora existisse uma oferta para pagar 100% da dívida. Manipularam a justiça, a juíza recusou a oferta e mandaram a falência para a sociedade”, declarou Maurício Macri.

*Com Agência EFE

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