Mesmo sob ameaça de guerra da Rússia, Otan rejeita pedido para retirar convite de adesão à Ucrânia

Secretário-geral da organização afirmou que relação do grupo com a Ucrânia será decidida pelos dois e criticou tentativas de ‘controle’ por parte do país de Putin

  • Por Jovem Pan
  • 10/12/2021 17h31
EFE/EPA/ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/ POOL - 3/09/2021 Vladimir Putin de terno e gravata, gesticulando enquanto fala no Fórum Econômico Oriental Kremlin intensificou ameaças caso ocidente não aceite acordo para barrar expansão da aliança militar

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, anunciou nesta sexta-feira, 10, que o grupo rejeitou a proposta feita pela Rússia para retirar o convite de adesão da Ucrânia. A polêmica ocorre desde a quinta-feira, 9, quando o ministro das Relações Exteriores do país comandado por Putin, Sergey Lavrov, afirmou que a Otan deveria voltar atrás com uma decisão tomada em 2008 assinalando que a Geórgia e a Ucrânia se tornariam membros da organização. “A relação da Otan com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e a Ucrânia, e ninguém mais”, disse Stoltenberg em coletiva de imprensa feita ao lado do novo chanceler alemão, Olaf Scholz. “Não podemos aceitar que a Rússia tente restabelecer um sistema no qual as grandes potências, como a Rússia, tenham esferas de influência nas quais podem controlar ou decidir o que os outros membros podem fazer”, acrescentou.

A decisão foi comunicada pouco após o governo russo fazer uma coletiva de imprensa repleta de ameaças de um “grande confronto” com o ocidente se tivesse a sua proposta de um pacto formal – que ainda é formulado – para barrar a expansão da aliança militar ocidental rejeitada. “Se os nossos oponentes tentarem minar a nossa proposta isso vai piorar a situação da segurança. Vai nos levar a um grande confronto”, afirmou Sergei Ryabkov, vice-chanceler do país. A tensão entre Rússia, Otan e até mesmo Estados Unidos, presente no contexto geopolítico dos últimos anos, é ainda mais crescente no último mês, quando o governo ucraniano relatou um crescente número de soldados de Putin na fronteira dos dois países. Em abril, situação semelhante ocorreu, mas, diante da reação do ocidente, o país solicitou que suas tropas voltassem para casa.

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